Diário de um correspondente de guerra
Redator: Thunderbird
Guerras são comuns em qualquer sociedade, seja mágica ou não mágica. Nem na Santa Inquisição houveram ataques diretos a pontos bruxos como estava tendo ali [Grã-Bretanha]. As perseguições contra os bruxos vêm de tempos passados em menor ou moderada escala, mas o que a Grã-Bretanha enfrenta agora parece como a peste-negra na história de ambas as sociedades que estão tendo sua primeira guerra de maneira direta, sem tentativas de esconder que a magia existe. O véu do desconhecido havia sido tirado, trazendo grande perturbação a aparente paz que se encontravam. Um marco histórico para um novo futuro deve ser registrado na sua íntegra e por isso um correspondente de guerra foi solicitado. Um jornalista que observa os movimentos da guerra ao vivo, vive o ambiente e traz com o máximo de veracidade os fatos. Thunderbird, pseudônimo usado pelo correspondente, estava no Refúgio, lugar para qual os sobreviventes e feridos foram depois que outras localidades bruxas foram atacadas. Para melhor compreensão dos fatos, trechos de seu diário de campo irão aparecer. São recortes que nos mostraram como foi que aconteceu o cerco no maior refúgio bruxo desde quando a guerra começou.
[19 horas – Dia 04] Depois de algumas noites na cidade, era claro notar que a primeira problemática era a super lotação. A praça principal era tomada de tendas de comércio (tais comerciantes vieram de lugares já tomados pelas forças armadas dos trouxas). Era uma forma de não parar a vida bruxa, por isso durante a noite a cidade ficava iluminada e agitada como um centro urbano. Haviam muitas crianças e adolescentes instalados ali nas casas de segurança, temporárias ou não, para algumas que perderam seus país e família durante a guerra. Em um canto mais afastado, o qual tem se tornado meu lugar favorito para observar o movimento, há um silêncio maior e quase forçado. Na casa de doentes e feridos, era possível ver que os funcionários e voluntários esforçavam-se para manter tudo em ordem. As fotos são tiradas toda noite, depois que mais pessoas chegavam, quando novas tendas eram armadas. […] A conversa rodava e parava na mesma tecla: até quando aquele refúgio será seguro?
[09 horas – Dia 07] Sentado num banco perto da casa de doentes, eu senti uma agitação acontecer. Preocupado, levantei e fui verificar o que poderia ter acontecido. Algumas vezes chegavam novos refugiados que passaram por algum conflito com os militares e precisavam de atendimento imediato. No entanto, ao entrar, notei uma mulher de cabelos longos e uma máscara. Uma víper. A movimentação aconteceu sobre as orientações dela, que não parecia feliz ao alertar alguns funcionários sobre a saída deles dali. Um novo ataque? Enquanto eu tentava entender o que acontecia, decidi que deveria andar pelos outros locais da cidade, afinal, se estivesse acontecendo uma evacuação deveria estar presente para registrar. Ao chegar na praça, as pessoas pareciam continuar a fazer o de sempre, porém notava que algumas passavam apressadamente por ali. Entendi que naquele primeiro momento o pânico não seria algo bom para a retirada do grupo de risco: doentes, crianças e idosos.
[09:15 – Dia 07] Corri para a casa das crianças, a movimentação ali era coordenada por um homem alto e forte, um víper que também seguia de maneira coordenada. Os funcionários e voluntários levavam as crianças em fila e grupos pequenos, sendo entre cinco a sete crianças e adolescentes. Não me aproximei tanto para não atrapalhar eles e, também porque o víper estava ficando impaciente. Eu ainda não sabia se o ataque militar aconteceria naquele momento ou se era apenas uma medida de segurança. Logo que aquela cidade se tornou um refúgio, um víper falou com o Profeta Diário sobre as medidas de segurança. Na época nenhuma grande informação foi passada, mas havia algo que lembrava naquele momento. Refúgio seguro nunca foi considerado permanente, eles já pensavam em coisas diferentes e estavam sempre alerta aos movimentos dos militares.
[09:45 – Dia 07] Algumas pessoas não entendiam o motivo de eu não ir com as pessoas que saíam, mas era um trabalho de risco que precisava ser feito. As fotos tiradas falariam mais do que qualquer palavra que pudesse escrever. Foi nesse momento que ouvi os sons temidos por todos, olhei para o céu sem ver de onde vinham, mas sabia que eram os militares chegando. O som dos aviões fez as pessoas começarem a correr. Tentei me afastar para ver o que acontecia na praça sem ser levado pelas pessoas que corriam dali. Perdi um tempo até subir em uma janela para ver algumas figuras no meio a praça, os vípers que lutariam naquele momento. Não era apenas no céu que as atenções eram focadas, na praça, homens de roupas pretas e armas nas mãos começaram seus disparos. Nesse momento houve algo estranho, um militar atirou contra os seus companheiros e entendi que ele deveria estar sendo controlado pelos bruxos.
[10:00 – Dia 07] Enquanto tentava tirar fotos, houve uma explosão no céu. Mudei o foco da câmera para ver uma bruxa lutando ali no alto. Cabelos loiros pelo que pude ver, mas ainda não consegui identificar quem era. Porque tiros vieram para onde eu estava e tive que pular dali, era um sinal claro que deveria sair! Recolhendo minha bolsa, eu procurei o fluxo por onde as pessoas seguiam, mas ainda tive que usar a varinha para um feitiço que me ajudaria a sair dali. Enquanto tomava distância da praça, um cheiro horrível veio até mim, a sensação de perigo não demorou e meus olhos correram pelo caos e fumaça que a cidade se tornou. Do pântano, vinham temíveis e mal cheirosas criaturas. Inferis, como podemos esquecer dos Puritanos? Magia Negra estava sendo usada, mas não tinha como descobrir o que mais aconteceu. Criando um portal sai dali.
Nota: O corresponde nos enviou suas anotações depois de algumas horas, sem dizer nenhum outra informação sobre ele ou as pessoas do antigo refúgio.