Mais um ataque. Mais perdas… O que esperar do futuro?
Redator: Beatrix Lisbeth Salvatore
Era um dia iluminado, como outro qualquer e os moradores do vilarejo seguiam com suas vidas como podiam, o atendimento no centro de saúde preparado de última hora trabalhava normalmente dentro do possível. Atendimentos sendo realizados, pessoas sendo tratadas, idosos, mulheres, crianças… E então todos foram surpreendidos com mais um ataque desumano por parte do exército britânico. Mais dor, desconforto e desespero. O lugar que em pouco tempo se tornou um novo lar para tantas pessoas estava sob a mira de tiros e falta de respeito, arrastando médicos, enfermeiros e pacientes de mais um dia sombrio.
Em nossas investigações sobre o ocorrido, conseguimos contato com algumas pessoas que sobreviveram a tais momentos, muitos tão abalados que não querem ou conseguem se expressar. São trabalhadores, pacientes e voluntários do nosso antigo centro médico de saúde bruxa Saint Mungus. Dois dessa aceitaram conversar conosco e aqui serão anônimos para sua própria segurança. Mas a experiência real está gravada em suas mentes. Este artigo é como uma mensagem para todos da nossa comunidade bruxa, um registro histórico do que foi visto e vivido, para que jamais venhamos esquecer do que aconteceu, como estas pessoas jamais vão esquecer.
Momentos antes do fim…
Funcionário A. O dia estava tranquilo e parecia como qualquer outro ali no vilarejo, mas o anúncio mesmo veio do nada. Ouvimos falar da aglomeração que ocorria na praça, mas no primeiro momento não parecia nada alarmante. Passei um bom tempo cuidando de alguns feridos por conta de feitiços, já que ultimamente minha área de especialização não vem rendendo tantos casos, o que me faz ajudar os danos por feitiços em geral. Muita gente está buscando o conhecimento em duelos, e consequentemente o número de pacientes aumenta. Então era justamente isso que eu fazia até o momento em que soubemos do fim.
Funcionário B. Eu me lembro bem das coisas, mas eu posso resumir com o fato de que eu estava ajudando alguns pacientes. Os aviões certamente assustaram, mas a minha prioridade era ajudar a salvar as pessoas, não podia me dar ao luxo de prestar tanta atenção ao redor.
A destruição de meses de trabalho…
Funcionário A. Não foi fácil. As circunstâncias tornaram tudo desesperador. Sempre me adaptei muito bem com tudo, mas acredito que minha ficha ainda não caiu. Ainda não entrou na minha cabeça que tudo o que tinha sido construído, desmoronou em um piscar de olhos…
Funcionário B. Muito difícil, especialmente porque porque eu vi o hospital oficial cair. Todos estavam se esforçando para que o Vilarejo fosse um bom recomeço, ainda que improvisado, mas quando estamos começando a nos acostumar com o novo ambiente, um novo ataque aconteceu. Os ataques afetam a nossa rotina para com nossos pacientes, as coisas ficam mais difíceis do que já estão para eles e para nós. Atacar um hospital é um golpe muito baixo.
Sobre o Futuro…
Funcionário A. Espero que as coisas mudem e que essa guerra chegue ao fim. Minha esperança é de haver algum momento em que entraremos em paz e que todas essas brigas deixem de existir.
Funcionário B. O fim dessa guerra, é tudo que eu espero. Também a punição para todos aqueles, de ambos os lados, que colaboraram para que essa maldita guerra eclodisse. E claro, que o Mungus consiga se reerguer novamente. É difícil trabalhar em locais improvisados, especialmente quando se faz um trabalho delicado como o nosso.
Finalizo este registro com um pedido de paz. Talvez o caminho para o passado seja impossível, mas precisamos de paz para visualizar novamente a esperança de um futuro dentro de nossa comunidade. Precisamos de uma transformação de pensamento agora, já não existe mais tempo para esperar. É hora de agir.