Uma Conversa Com as Harpias de Holyhead Por: Éire Ceallach Stryder Segundo time mais antigo da Liga Britânica e Irlandesa de Quad...

Com a Força de Suas Garras

Uma Conversa Com as Harpias de Holyhead


Por: Éire Ceallach Stryder

Segundo time mais antigo da Liga Britânica e Irlandesa de Quadribol, as Harpias de Holyhead são bastante reconhecias, e, com certeza, já passaram por inúmeras fases com relação ao esporte. Claro que ao longo dos anos o time foi mudando, se inovando, e atualmente temos uma equipe de jogadoras que fazem jus à excelência do time. Como o Quadribol, anos atrás, passou por um momento de queda do interesse de novos possíveis membros para a composição dos times, conversamos com algumas jogadoras das Harpias, que aceitaram responder algumas perguntas. Dentre elas, as gêmeas Ginn e Liz McCready e a recém-chegada ao time Charlotte Casiraghi deram suas opiniões sobre o assunto. “Acredito que o Quadribol nunca perdeu popularidade realmente, afinal é o esporte bruxo Número 1 do mundo e toda criança que entra em Hogwarts, e até mesmo para outras escolas de magia, tem em sua grade estudantil um espaço para aprender a voar e a praticar esportes, sendo o Quadribol o principal deles. Existindo, sim, épocas em que os times passam por renovações para que se mantenham na ativa e em seu ápice dentro dos jogos, quando então novos jogadores e jogadoras surgem em destaque pelo mundo bruxo.” - Disse Liz. Ginn concordou com sua declaração, dando também sua opinião: “Acredito que como todo e qualquer esporte, o Quadribol tem suas épocas de maior e menor popularidade também, sendo até interessante observar que tipo de entretenimento as pessoas preferem quando o Quadribol perde um pouco da atenção. Mas acredito também que novos rostos e talentos sempre são uma boa coisa pro esporte, porque renova os times e trazem novidades para o meio que sempre volta a atrair o público mais passageiro, assim como dar novos motivos para os torcedores fiéis e fanáticos. Então sim, tenho certeza que eles são grandes fatores para esse novo momento de euforia com o Quadribol”. Já Charlotte, recém-contratada das Harpias, e que antes de morar na Grã-Bretanha jogava pela Rússia, nos contou um pouco sobre a realidade que ela conhecia no país natal: "Não estive exatamente desse lado do globo para opinar sobre a popularidade do Quadribol na Grã-Bretanha, mas posso afirmar que os times russos possuem uma incrível popularidade em seu país! Talvez seja porque a educação é tão rigorosa que faz os mais novos pensarem que é a melhor saída para uma vida mais tranquila e com menos responsabilidades. Aos aspirantes a jogadores já aviso que isso é uma grande mentira! Mas eu acredito sim que novos rostos sempre animam as torcidas. Aumentam as expectativas não é? Qualquer cenário com o mínimo de mudança já é um incentivo para a esperança. Acredito que tudo pode mudar nessa temporada, podem esperar qualquer coisa dessa garotada nova.”

Mesmo como um dos times mais temidos, é de conhecimento geral que elas têm uma originalidade nos jogos, o que dá todo um encanto a mais aos torcedores. “Nosso time às vezes pode ser um pouco disperso nos treinos, talvez sendo isso algo proveniente da minha forma e da forma de Ginn de jogarmos, sempre explorando o máximo possível de loucuras. Porém nossa treinadora sempre impõe alguns limites quanto a momentos de descontração e exige o máximo que cada uma de nós pode fornecer para as Harpias, para que estejamos sempre preparadas para as mais diversificadas ocasiões pelas quais tenhamos que passar em meio aos jogos.” - Conta Liz. Ginn então acaba contano que apesar dos treinos que algumas vezes podem ser rígidos, ela sempre busca descontrair com alguma brincadeira. “Acho que é importante manter um clima mais leve principalmente nessa época pré-temporada, afinal de contas, os nervos de todas sempre ficam a flor da pele e não precisamos de mais incentivo pra isso.” - Confessa a artilheira, também dando suas opiniões do que acredita ser o melhor para esse momento que antecede o campeonato. Já no ponto de vista da novata, ela comenta admirada sobre a maneira das demais companheiras agirem em campo e fora dele, mostrando que está se empenhando para ficar à altura de cada uma delas no time: “As meninas são bastante agressivas sobre as vassouras. E não estou me excluindo, eu também sou! É de se esperar que os ânimos fiquem alterados durante os treinos, porque todas querem dar o seu melhor. Mas geralmente as coisas esfriam nos vestiários; é legal como elas sabem dividir as situações e separar o que acontece em campo com as relações interpessoais. Acredite quando eu digo, pra mim isso sempre foi difícil de lidar.”

Saindo um pouco do lado esportivo da coisa, as Harpias são um time unicamente formado por mulheres, isso desde sua fundação, séculos atrás! Estão entre os melhores times num nível mundial, e são realmente admiradas por uma legião de amantes do esporte. Além do Quadribol, inúmeros cargos no mundo bruxo são comandados por mulheres fortes e incríveis, enquanto o mundo trouxa passa por um momento onde elas se unem em busca da igualdade entre gêneros. Por isso, pedimos que nossas três entrevistadas finalizassem essa matéria com seus comentários em cima disso, deixando um recado para todas vocês, mulheres!

“Nosso time é inteiramente formado por mulheres e somos considerados um dos times mais fortes da Liga Britânica e Irlandesa. Para mim isso é a maior prova de que toda mulher e menina que lutar por seus sonhos é capaz de conseguir o que quer. Então quando falarem pra você, menina ou mulher, que nós somos o sexo frágil, não se deixe ser frágil só por causa disso, lute e mostre para essa pessoa do que somos capazes.” - Liz McCready

“Sobre essa luta trouxa… Chego a acompanhar ela em alguns aspectos, por ter me interessado recentemente pelo tal futebol trouxa, já que o evento mundial feminino dele está sendo sediado em meu país natal, a França. Eu ainda não entendi muito bem como funciona isso tudo, até porque deu pra ver que até campeonato dividido eles tem enquanto nunca vamos ver uma liga de Quadribol masculina e uma liga de Quadribol feminina, nós sempre jogamos misturados apesar de alguns times como as Harpias serem exclusivos. E embora eu ainda não entenda mesmo esse tipo de coisa, me chamou a atenção a forma como falam sobre a luta de igualdade até mesmo para pagamento entre jogadores de um mesmo esporte, apenas por questão de gênero. Então, se fosse para deixar um recado para essas mulheres que estão lutando por reconhecimento, eu diria para não se deixarem intimidar ou abater e continuarem na luta porque elas definitivamente merecem. Se nossa liga e sociedade se sai muito bem com mulheres em posições elevadas, porque o mesmo não pode acontecer com os trouxas, não é mesmo?” - Ginn McCready

“Nossa… Isso é uma responsabilidade grande, né? Incentivar garotas a seguirem seus instintos e sonhos. Eu nunca achei que me pronunciaria sobre isso por livre e espontânea vontade, mas acho que agora é um bom momento pra isso. É bem difícil ser mulher num mundo enraizadamente masculino. Quadribol é um desses lugares, por mais que todos digam que não, e acredite, eu posso afirmar isso. Além de ter a audácia de entrar num time historicamente masculino eu assumi a posição que mais demanda testosterona para suprir a necessidade física exigida. Tudo bem, pode rir, eu também achava uma piada até passar por todo tipo de assédio moral exatamente por ser mulher a ocupar esse lugar. Eu não tinha o tipo físico, a força, a habilidade pra ser uma batedora como diziam. Não importava quantos acertos eu fizesse, o foco era sempre no único errado. E isso não era só a pressão habitual sobre jogadores de Quadribol; minha vida pessoal foi colocada debaixo de um holofote como se o que eu fizesse ou deixasse de fazer fora dos campos afetasse exclusivamente meu rendimento. Então sim, é uma luta diária, meninas, contra todos que falam que você não pode, que você não deve, que você não é capaz. Mas na real, a sensação de dormir à noite sabendo que, mesmo com o mundo inteiro contra você, você ainda foi capaz de fazer um bom trabalho é maravilhosa! A única pessoa que deita a cabeça no travesseiro com você depois de um dia inteiro é você e você mesma. E é mil vezes pior ouvir sua própria voz cobrando pelas coisas que você deixou de fazer do que ter outra voz te cobrando sobre as coisas que você fez. Se desliguem dos julgamentos; se desliguem das vozes que tentam limitar sua capacidade e sigam em frente. Provar pra todos que estavam errados é bom, mas provar pra si mesma é ainda melhor.” - Charlotte Casiraghi (seu depoimento envolve acontecimentos ocorridos em sua época na Liga Russa).

Nós do Profeta Diário admiramos cada uma dessas mulheres e o time como um todo. Agradecemos imensamente pela disponibilidade e torcemos muito para que arrasem nos jogos!