Por: Annie Miller Slowli
Após meses desaparecida, a primeira-ministra trouxa do Reino Unido, Theresa May, retornou de maneira ainda mais misteriosa do que seu sumiço. Apesar de sua volta imediata às funções políticas na 10 Downing Street, May demonstra não saber o que aconteceu com ela durante todo esse tempo. As investigações não chegaram a nenhuma conclusão sobre as causas de seu desaparecimento ou retorno, e, diante dessa amnésia, as chances de se obter explicações em torno da primeira-ministra são mínimas.
Theresa May apossou-se do cargo de chefe de governo após a renúncia do antigo primeiro-ministro David Cameron. A população trouxa britânica havia optado pela saída do Reino Unido da União Europeia, no conturbado episódio conhecido como Brexit. Apesar da alta popularidade de May no início, logo sua rejeição começou a aumentar. O Partido Conservador, do qual é líder, perdeu a sua maioria, que antes era de 326 parlamentares. A inflação, apesar de continuar baixa, sofreu um aumento constante ao longo de seu governo. Por outro lado, o desemprego caiu também constantemente e apresentou taxas menores do que as de outros países europeus. Além da pressão dos opositores, as críticas mais comuns a May antes do desaparecimento eram que as negociações para a saída do Reino Unido estavam sendo conduzidas a passos curtos, sem a rigorosidade necessária para conduzir o processo.
Durante o desaparecimento da primeira-ministra, muito especulou-se sobre sua possível morte ou sequestro por razões políticas. Essa possibilidade, em contraste à baixa popularidade de antes do sumiço, levou até mesmo a uma alta avaliação de seu governo em pesquisas de opinião. A volta de May, portanto, foi recebida com espanto por bruxos e trouxas e deu margens a conspirações de diversas naturezas. Nos meios de interação trouxas, debate-se que ela planejou tudo isso e também finge esquecer o que aconteceu para conseguir forjar um golpe e estabelecer a permanência do Reino Unido na União Europeia, contrariando o voto popular. Além disso, seu comportamento esquivo (de evitar aparições públicas e contato com a imprensa) não tem ajudado em nada a sua reputação. Jornais trouxas preveem uma baixa histórica na popularidade que constará nas pesquisas a serem lançadas em breve.
Após a sua volta, a declaração mais impactante de May foi a de que ela apoia a campanha de novos recrutas para as forças armadas e para a polícia britânica, sem explicar a necessidade dessa medida. Opositores questionaram o pronunciamento da primeira-ministra e promoveram fortes protestos no mundo todo. Entre as ações feitas por May antes de seu sumiço, a mais próxima a esse anúncio foi quando houve um atentado terrorista em uma arena em Manchester, após o show de uma popstar trouxa americana chamada Ariana Grande. Na época, as forças armadas do país foram reclamadas em lugares estratégicos para que mais policiais pudessem fazer vigilância nas ruas.
No Mundo Bruxo, a volta de May não foi menos impactante. Como o conhecimento sobre a existência de magia, as suposições são infinitas – vão desde a maldição Imperius até a substituição da primeira-ministra por um bruxo que faz uso da Poção Polissuco. Diante da falta de esclarecimentos e provas sobre o que aconteceu com a primeira-ministra trouxa e do seu estranho comportamento e falta de memória, supõe-se que o Ministério da Magia tem encontrado dificuldades em decidir avisar ou não a líder de governo sobre as emergências atuais no Mundo Bruxo, visto que primeiros-ministros sempre são avisados sobre emergências que podem ameaçar os trouxas, como os ataques das criaturas mágicas soltas.
Nesse momento, a inquietação gerada pela volta de Theresa May está mais focada no mistério do que aconteceu. Tudo indica, porém, que deveríamos mesmo é estar preocupados com o que ainda está por vir.