Por: Éire Avalon Beoulve Muito se sabe sobre os nossos bruxos britânicos. Merlin, Morgana, Dumbledore, e também nosso querido diret...

Magia, Folclore e Mitologia


Por: Éire Avalon Beoulve

Muito se sabe sobre os nossos bruxos britânicos. Merlin, Morgana, Dumbledore, e também nosso querido diretor de Hogwarts Alvoros Grunnion... Mas num passado tão distante, também existiram outros fora de nosso país. Alguns foram tão poderosos quanto deuses, até mesmo se tornando um, enquanto outros usaram suas habilidades para praticar o mal. A princípio podemos mencionar o país onde a mitologia é até hoje muito falada, tanto entre os bruxos como entre os trouxas: a Grécia. Que tal conhecer um pouco mais de suas lendas que podem, ou não, ser ligadas a magia que usamos nos dias de hoje?

Quem não se lembra da famosa lenda de três irmãs moiras que tomavam conta da linha da vida, determinando o seu destino? Os filósofos e mitológicos não relacionam muito as moiras com a magia e si, apenas o que se sabe sobre elas de forma comprovada é, na linguagem trouxa, o fato de que com elas não existia fórum privilegiado. Mas como assim? Bem, o que se sabe é que elas teciam a vida e cuidavam do destino tanto dos mortais como dos deuses, provando assim que embora fossem criaturas divinas, eles não estavam livres do destino. Elas faziam uso da roda da fortuna, que pra quem não sabe, é como uma roca de tear que tece os fios da sua vida e conforme a roda vai dando voltas, o fio da vida de cada indivíduo vai sendo posicionado de maneiras diferentes. O topo da roda significa o privilégio, já o fundo condiz com o indesejável. Se formos comparar com o mundo mágico, as moiras são uma espécie de clarividentes com habilidades mais evoluídas, já que os clarividentes não cortam o fio da sua vida, apenas profetizam o seu destino.

Não contente com especulações sobre a relação entre as moiras da mitologia e a magia no mundo de hoje, fui até Cólofon, na Grécia, para conhecer o país e pedir que a própria nação me contasse mais sobre sua cultura e folclore. Muitos dos bruxos de lá realmente acreditam nas histórias mitológicas e quem sou eu para discordar da veracidade delas, não é mesmo? As moiras muitas vezes eram vistas como velhas bruxas das trevas que tiravam a vida de deuses e mortais, por outro lado, também eram vistas como donzelas que teciam o fio da vida dando ao indivíduo possibilidade de escolha sem que o cumprimento de seu destino, ou sua morte, fosse alterada.

Mas o que mais se destacou entre minhas pesquisas durante minha visita ao país fora a relação entre as moiras e a magia. Há diversas histórias na mitologia em que Clotho, a moira que tece o fio da vida, a que comanda a gestação e o nascimento, aparece como se fosse uma trindade, ou seja, as três irmãs moiras. Clotho seria então uma deusa que é personificada sendo três ao invés de uma. O interessante é que a partir daí partimos para outra lenda da mitologia, uma deusa que cuida de um ramo bem conhecido por nós, a magia e os feitiços. Talvez alguns de vocês já tenham descoberto de quem eu estou falando e espero do fundo do meu coração que tenham acertado. Se pensaram em Hécate, ponto para a sua casa do coração!

Muitos bruxos acreditam que Hécate é a personificação das moiras, uma vez que suas características condizem com a lenda das três irmãs. Comecemos pelo fato de que Hécate era a deusa da gestação e do nascimento, conhecida como uma deusa tríplice, sendo representada por três mulheres de diferentes idades, o que nos leva a crer que Hécate seria então as três moiras, a donzela, a mãe e a anciã. Ela também era considerada a deusa da magia, que para seus adoradores poderia trazer boa sorte ou então uma poderosa força negativa, assim como as moiras ao girar a roda da fortuna. Será que com todas essas informações podemos considerar que Hécate é, de fato, a deusa que representa as três moiras? A resposta que a maioria dos gregos dá, está neste comentário a respeito de Clotho, que dentre tantos nomes dados a ela, também adota o nome de Hécate.

Outra coisa bastante interessante é que para alguns bruxos do país, Hécate ou Clotho realmente existiu, mas não como uma deusa ou moira. Na verdade, a divindade seria uma bruxa das trevas que utilizava das crenças dos gregos para fazer o que bem entendesse no país, o que de certa forma faz bastante sentido. De acordo com depoimentos recolhidos em minha pequena visita, muitos bruxos há milhares de anos acreditavam que a bruxa, ao se passar por moira, tentava fazer acordos em troca de permitir que eles vivessem por mais tempo além do que era tecido por ela, alegando que isso lhe traria sorte. Assim ela conseguiu conquistar um número relativamente grande de seguidores sem. Quando o Ministério Bruxo ficou a par da situação, as coisas já haviam saído do controle. E até onde se sabe, ela fora a única mulher até hoje que passou anos agindo pelas costas de bruxos peritos em disfarces e, pelo que se sabe, morreu sem ser ao menos reconhecida.