Por: George Roan Wittelsbach
Por mais que magia seja maravilhosa e que possamos fazer um pouco do tudo com ela a semelhança no modo de vida do bruxo adulto de hoje e do modo trouxa de ontem são claramente notáveis e irrefutáveis. Quanto mais o tempo passa mais abandonamos o modo de vida retrógrado e mimetizamos os daqueles que nem se quer sabem como funciona uma varinha, mas entendem muito de tecnologia e abusam dos limites da criatividade para construir prédios, pontes e uma série de apetrechos voltados ao público jovem e acaba ganhando o apreço e admiração de gente de todas as idades. Não acho que seja mais comum um bruxo pensar que celular ou computador são algum tipo de feitiço experimental ou um automóvel despertar tanto fascínio – a admiração agora parece ser voltada para a beleza, utilidade e preço dos veículos. O que traz um pouco de satisfação para mim e àqueles dois outros fãs fervorosos do muggleworld que compartilhavam a solidão da sala de estudo dos trouxas na época do colégio.
O mais incrível dessa evolução é que ela pode ser muito bem exemplificada, em uma ou duas voltas pela galeria Groan Stump é de se sentir que aquela essência romântica do beco diagonal está cada vez mais perdida por entre banners brilhantes e arquitetura moderna. Também está cada vez mais difícil diferenciar a população bruxa com base no seu vestuário, cada dia se distanciando de chapéus pontudos ou roupas de mangas bufantes. Impossível negar que sinto saudades dos trajes que me faziam rir feliz nas visitas ao ministério, hoje a presença do terno parece quase obrigatória e até as capas são de grifes usadas por pelos famosos do mundo trouxa, famosos esses que influenciam cada vez mais as crianças e seus gostos graças a introdução ao aparelho de TV...
E assim se segue a corrente, uma coisa levando a outra de maneira estupidamente engraçada. Embora isso esteja muito ligado a nossa necessidade natural de se camuflar, me pergunto quanto tempo mais levará para essa Trouxalização alcançar patamares maiores, afinal já deixamos a varinha de lado para usar o fogão automático ou evitamos o uso de corujas ao mandarmos um simples torpedo por celular. O que deixa a dúvida: A praticidade mágica da família bruxa de hoje poderá ser ultrapassada pela tecnologia trouxa de amanhã?
Pelo bem ou pelo mal, não custa nada ficar de olho nas modernidades não é?