Por: Annie Miller Slowli
Kaamal Longstride, o diretor da Corvinal, e Lanna Malkovich, a diretora da Grifinória, participaram da segunda parte das entrevistas com os diretores de Hogwarts. Ambos passaram a ocupar tais cargos assim que o ano letivo começou. Durante a entrevista, argumentaram com sinceridade e, em certos pontos, distintamente um do outro. A Equipe d'O Profeta Diário agradece afetuosamente a cada um dos quatro diretores e espera que os leitores tenham apreciado essa matéria (em dose dupla) mais que especial.
Equipe do PD: Com exceção de se apresentarem aos alunos, qual foi a primeira coisa que fizeram à sua Casa ao assumirem o cargo de diretor?
Kaamal: Ajudar os alunos de forma individual. Embora não tenha sido a todos, tive laborioso trabalho no campo de auxílio.
Lanna: Acho que a primeira coisa foi tentar reorganizar a casa de um jeito mais aberto para atender aos novatos e aos veteranos, onde não só diretores e monitores ajudariam. Se o assunto envolve a casa, não será só um pequeno "grupinho elite" que participará — todos serão incluídos, todos participarão, por mais simples que seja a ação a ser realizada. Se focarmos demais em só vencer, acabaremos nos esquecendo do essencial. Somos uma equipe. Antes de sermos capazes de vencer, temos que nos tornar capazes de perder. Nossa confiança, amizade e orgulho não podem ser esquecidos, e tentarei fazer de tudo para que isso não aconteça. Minha casa tem muitos membros fiéis, e tenho visto o quanto são dedicados a acompanhar alunos novatos de perto, ajudando e dando conselhos o tempo todo. Isso ajudou para que todos percebessem esse nosso potencial.
Equipe do PD: Os monitores de sua Casa lhes auxiliam bem? Como é cada um deles?
Kaamal: Sim, todos, sem exceção. Igor, Luryanna, Griff e Leah são ótimos alunos e sempre estão ali quando preciso deles; claro que uns são mais presentes e ativos que outros, mas os quatro jovenzinhos são muito dedicados, cada qual com sua parcela de colaboração. Igor é muito certinho, cuidadoso, prestativo e essencialmente animado. Quando preciso de maior apoio, sempre recorro a ele; Luryanna faz o tipo de tira dúvidas. Ela é muito inteligente, colabora ao máximo com a casa e sempre está auxiliando os alunos, sejam eles de qualquer casa; Griff é espoleta, e isso é o que o torna especial. Também é superanimado e gosta de dedicar sua atenção para os recém-chegados, assim como os demais. Gosto do espírito ativo daquele rapazinho; Leah não fica atrás de nenhum deles, embora esteja voltada mais para sua vida curricular, pelo motivo de estar no último ano de Hogwarts. Ela sempre foi uma ótima conselheira e muito prestativa.
Lanna: Como eu disse na última resposta, não tenho o que reclamar dos membros da minha casa. Todos são muito dedicados, e os monitores, é claro, não são diferentes. Clara está sempre agindo como um dos meus "vários braços direitos" e atende prontamente a todos os meus pedidos de ajuda. Wíloo é um pouco mais ausente, mas nunca recebi reclamações a respeito dele, portanto, não tenho nenhuma a fazer.
Equipe do PD: Os novatos lhes consultam com frequência ou vocês acham que a maioria é tímida e prefere continuar com dúvidas?
Kaamal: Sempre há novatos recorrendo a mim, não somente da Corvinal. A grande maioria gosta de se achar dentro da escola, sem a utilização de GPS – que, neste caso, seria eu e os demais diretores e monitores. Muitos, por sua vez, também são tímidos ou se esquecem que possuem auxílio dos veteranos e colaboradores.
Lanna: Felizmente, consultam sim. Desde o começo, tentei deixar bem claro que seria um prazer ajudar qualquer um que precisasse e tentei adotar um sistema de parceiragem entre mim e todos os outros membros da Grifinória. Creio que isso ajudou os alunos novos a perderem a vergonha, e como consequência muitos procuram a mim e aos outros alunos mais experientes frequentemente para buscar ajuda.
Equipe do PD: É difícil despertar o interesse dos alunos?
Kaamal: Sim, muito. É sempre uma festa entre os calouros quando se inicia mais um ano letivo, porém, com o passar do tempo, eles acabam perdendo toda aquela parcela de “excitação escolar” e desleixam de forma explícita. Por isso, estamos sempre utilizando desfibriladores (incentivo) para reanimar os corações dos nossos pequenos.
Lanna: Não acredito que seja. O interesse em si já existe em todos, a dificuldade é manter esse interesse. Todos tem aquela vontade de ver a casa ganhar, mas é complicado depois que se faz a primeira rodada de aulas e a pessoa já começa a se sentir acabada. E fica ainda mais cansativo tentar lutar por uma casa onde poucos estão interessados em botar a mão na massa. O mais difícil é manter os alunos interessados e dedicados durante todo o decorrer do ano letivo, mesmo quando já estão todos exaustos.
Equipe do PD: Qual desses itens vocês acham mais vantajoso para a Casa: grande quantidade de alunos ou o esforço de poucos?
Kaamal: Se ambas as alternativas estiverem se correlacionando, creio que o esforço de poucos já é o bastante. Uma casa repleta de alunos, cujo espaço da comunal chega a ser pequeno demais, não é sinônimo de avanço ou empenho, mas sim de lotação. Claro que uma quantidade maior de cabeças acaba oferecendo uma disponibilidade mais avantajada no leque de escolhas, mas nem sempre é essa multidão que profere grandes acontecimentos. Uma casa com alunos esforçados, dedicados e entusiasmados, porém, com quantidade efêmera em comparação das demais, pode, sim, se sobressair dentre as outras.
Lanna: É uma pergunta difícil, mas vou ficar com o esforço de poucos. Embora eu não acredite que cinco ou dez alunos façam uma casa ganhar, mais valem dez que lutam de verdade do que cinquenta que não ajudam em nada. O perfeito seria uma casa com muitos membros, onde todos fossem dedicados pelo menos um pouquinho. A quantidade não faz efeito sozinha e nem a qualidade, mas as duas juntas são quase uma combinação perfeita.
Equipe do PD: E qual mais desanima os alunos de continuarem os estudos: falta de apoio e interação com os demais ou a dificuldade e complexidade das aulas?
Kaamal: Ambos. Interagir com os demais alunos, sejam eles de qualquer casa, é uma forma e lei de crescer e evoluir continuamente; claro que, às vezes, é meio complicado inserir-se nos núcleos já existentes, mas sempre há novos grupos surgindo aqui e acolá. Apoio não falta. Aulas complexas demais também podem causar certo atraso, porém, não devemos generalizar. Logicamente, não se deve conversar com um aluno do primeiro ano sobre as maldições imperdoáveis ou poções como a Felix Felicis, mas este mesmo assunto poderia ser exposto a um do quinto, mesmo sabendo que ambos não competem a esse nível escolar. O que quero dizer é que cada vez mais que um aluno avança, mais podemos cobrar do mesmo, forçando de forma plausível seu raciocínio, mas não plantar em excesso o que não podemos colher.
Lanna: A falta de apoio e interação com os demais, sem dúvida alguma. Minha primeira medida na Grifinória não foi tentar quebrar essas barreiras por acaso. A dificuldade e a complexidade das aulas todos nós enfrentamos no começo— e até hoje —, mas se continuamos é porque algo nos motiva, algo nos fez gostar e querer continuar. Ninguém começou arrasando em todas as aulas, mas se algo te prendeu e te motivou a continuar participando, você consequentemente fica melhor com o passar do tempo e aprende a vencer essas dificuldades. Mas não há conquista sem motivação, como eu disse. Se o aluno se sentir ignorado, inútil ou esquecido pela casa, na primeira dificuldade que surgir esse aluno vai se perguntar por que continua se desgastando para isso e vai desistir, e aí está a importância da ajuda mútua entre todos.