Por: Graham Faust McAlister Assim como no Mundo Trouxa, a nossa fauna e flora mágicas são muito abrangentes, e diferente dos Troux...

Segregação Racial e o Mundo Bruxo


Por: Graham Faust McAlister

Assim como no Mundo Trouxa, a nossa fauna e flora mágicas são muito abrangentes, e diferente dos Trouxas que parecem serem os únicos Seres dotados de consciência, no Mundo Bruxo já não é assim. Centauros e Sereias são clássicos exemplos de criaturas, além de nós, bruxos, são seres pensantes, com suas sociedades, características e magia.

Entretanto, a segregação começa de uma forma muito velada em nossa própria classificação. "Mundo Bruxo". Não "Mágico", mas sim "Bruxo". A supremacia de nossa espécie foi, por muitos anos, alvo de guerras e repercussões entre as demais criaturas "não trouxas", e apesar de hoje em dia termos um pouco mais de consciência quanto a isso, ainda é bem presente dentro de nós sem que percebamos. Isso fica claro, por exemplo, quando comparamos Veelas com Vampiros. Ambas as criaturas são belas, e em algum nível perigosas, se fora de controle, mas Veelas são muito mais atrativas aos olhos dos bruxos a Vampiros, que podem sofrer a intitulação de medonhos ou asquerosos.

Tentando agir ativamente a favor dos demais seres e seus filhos "híbridos" com bruxos e trouxas, o Departamento de Controle e Registro de Paranormalidades Habilidades e Dons é o principal órgão do governo mágico britânico que se mobiliza para ajudar aqueles que sofrem com as barreiras impostas por nós, bruxos.

Para compreender melhor os trabalhos realizados e sua importância, consegui conversar muito brevemente com o Chefe do Departamento e alguns de seus funcionários. Devido às várias questões envolvendo Nyx e seus seguidores, o Ministério continua regulando o acesso de civis para tentar reforçar nossa segurança.

O Chefe do Departamento, Vittorino Paolo Lamartine, comenta rapidamente sobre sua posição: "O trabalho mais importante que tenho no departamento é rastrear e registrar oficialmente os indivíduos possuidores das mais diferentes habilidades, dons, descendências e maldições mágicas nas áreas correspondentes ao domínio britânico", afirmando a importância disso: "Com o registro oficial, podemos fiscalizar ações ditas suspeitas por parte dos tais indivíduos, a fim de manter o sigilo do Mundo Mágico. Todo bruxo com uma dessas condições deverá ser registrado oficialmente, pois caso contrário será considerado Ilegal".

Alguns desses "dons" são questões hereditárias, e portanto, o Ministério também mantém um certo controle, tanto para questões de proteção dos indivíduos com tais habilidades quanto para ajudá-los com essas, como explica Anastasia Wèi T'zie, uma das auxiliares do departamento: "Precisamos saber quais os interesses dos bruxos em casar-se ou relacionar-se com seres mágicos, bem como quantos deles pretendem treinar alguma habilidade futuramente (se já não treinam). Assim, consigo ter um ótimo registro de focos e possíveis previsões de onde surgiram novas habilidades ou descendências. Além de é claro, realizar uma checagem diária de fichas antigas, registrar novas pessoas e realizar um processo de acompanhamento para aqueles que querem aprofundar as habilidades e não sabem como"

Pode parecer um choque aos mais desatentos que o Ministério mantenha esse controle, até mesmo um pouco suspeito, mas não tanto quando paramos para pensar que muitas das mais antigas famílias mantém um registro por si mesmas dos seus membros e parentes mais distantes. É fácil, portanto, saber que muitas de nossas famílias são ligadas em algum grau de parentesco, então o Ministério da Magia usar esse conhecimento geral para ajudar uma parcela da população é algo admirável, afinal, eu questiono se há realmente muitas diferenças entre nós e as demais espécies "humanoides". A resposta pode ser surpreendente:

"Segundo a teoria de Grogan Stump, sabemos que são considerados seres aqueles que não são humanos, mas que conseguem entender as leis bruxas e contribuir com a comunidade de alguma forma", explica Anastasia. Já uma das estagiárias do departamento, Nancy Chevalier, dá uma explicação rápida de que, no fundo, todos somos iguais: "cada ser possui suas singularidades que vão desde a sua aparência aos hábitos e são características fundamentais para estabelecer essas diferenças", algo complementado por Vittorino: "A magia que corre no sangue de uma Veela é a mesma dos outros seres, porém diferentemente manifestada nos Duendes e a qual pode ser manipulada pelos Bruxos. No entanto, como sociedade, somos todos pertencentes ao mesmo nicho: o dos seres".

A jovem Nancy mostra que apesar de seus 16 anos, já é bem madura em relação às demais espécies, dizendo com orgulho que o Ministério atua ativamente para ajudar os outros Seres Mágicos: "O Ministério da Magia desenvolveu um conjunto de regras e regulamentos que estão inclusas nas “Diretrizes para o Tratamento dos Semi-Humanos e Não Bruxos”. Além disso, o nosso departamento está sempre de portas abertas para recebê-los, assim como portadores de habilidades e dons". O trabalho, entretanto, parece ser árduo, como explica Anastácia: "Com as pesquisas que citei anteriormente, é possível que fiquemos mais focados em determinadas áreas e que, desde o nascimento do meio bruxo em questão, possamos realizar um acompanhamento. Isso inclui o registro do desenvolvimento das habilidades como meio-criatura, bem como um aconselhamento que poderá ajudá-lo a lidar com situações adversas. Algumas campanhas também são feitas incentivando a inclusão dos meio-criaturas no mundo bruxo".

Sabemos que pode ser muito complicado para algum ser mágico não-bruxo aceitar muito bem essas colocações após tanto tempo, mas Vittorino garante que o Ministério está sempre disposto a ajudar: "O Ministério da Magia busca acolher a todos os seres mágicos dentro da nossa sociedade. Independente da ancestralidade, das raízes e se os pais são humanos ou não, se fazem parte do mundo mágico, se possuem magia por dentro, estão sujeitos às mesmas oportunidades e leis que temos para sangues-puros".

A luta pela aceitação das outras espécies é constante, todos eles concordam, e o Ministério trabalha ativamente para tentar tornar o mundo mágico um lugar mais acessível para elas, dentro e fora da comunidade bruxa. Não se trata apenas de leis ou de regras explícitas do Ministério, o pensamento de nós, bruxos, precisa se expandir. A luta pela visibilidade de mestiços e nascidos-trouxas já conquistou muito espaço e são poucos os bruxos hoje que mantém uma resistência contra eles. O próximo passo em direção a um mundo mais justo talvez seja perceber que os meio-seres, meio-criaturas e até mesmo bruxos com dons especiais são primariamente bruxos. E seus familiares de outras espécies são também pessoas, com suas culturas, identidades, paixões e ódios. São como nós, expressando-se de forma diferente.

Nota: Ressalto aqui que, apesar de muitos bruxos considerarem Centauros e Sereianos como Seres devido suas características (citadas por nossos entrevistados), ambas as espécies decidiram abdicar dessa classificação a favor de "Criaturas".