Por: Dmitri Hsirënn Seaworth A curiosidade é algo inerente aos bruxos. É, ela sempre está presente, pronta para dar aquele empurrão...

Em Busca da Origem das Ervas


Por: Dmitri Hsirënn Seaworth

A curiosidade é algo inerente aos bruxos. É, ela sempre está presente, pronta para dar aquele empurrãozinho no momento certo (ou errado). Devo dizer que a coragem também é um fator  importante e se faz extremamente necessária em certas ocasiões, mas arrisco afirmar que a curiosidade é ainda mais poderosa quando se trata de "se meter onde não devemos". Por que eu estou dizendo isso? Ora, é porque eu sou a prova viva de que isso é verdade. Não acredita? Então eu lhe convido a fazer um bom chá e puxar uma cadeira. Vamos, sinta-se à vontade... Você vai precisar de tempo para desbravar, junto comigo, as matas brasileiras atrás das melhores ervas que o mundo bruxo já cultivou.

Bom, por onde começamos? Ah sim, do momento em que eu tive a brilhante ideia de experimentar algo que os jovens de hoje em dia chamam de "ervas lufanas". Não que eu seja muito antigo, mas essa tendência não existia quando eu era adolescente. Pode ser também devido ao pequeno fato de que não estudei em Hogwarts. E aparentemente apenas os jovens de Hogwarts - e alguns outros sortudos espalhados pelo mundo - conhecem as tais ervas lufanas. Por coincidência a minha chefe, senhorita Éire, estudou em Hogwarts durante um período e pertenceu a casa Lufa-lufa. Cheguei a perguntar para ela sobre ervas, mas ela me afirmou com um sorriso no rosto que não sabia do que eu estava falando. Como um curioso nato, eu obviamente não deixei esse assunto morrer.

Afirmo que as ervas são cem por cento naturais. Assim como Vaticinare praeteritus, Canere Praesens e a Praedicere Futurus são usadas em adivinhação, as ervas lufanas são totalmente seguras. Eu até mesmo tentei fazer o uso dessas ervas usadas em adivinhação e o resultado que consegui foi dormir por horas. Não me pergunte o porquê, mas não consegui ver o passado, o presente e muito menos o futuro. A única viajem que tive foi para a terra dos sonhos. Enfim, não tendo muita opção, eu juntei um pouco dessas ervas lufanas das quais não sabia a origem e parti em uma viagem para descobrir de onde vinham. Como um mochileiro sem mochila, eu usei a rede de pó de flu e fui parar no... Brasil.

Agora você me pergunta, caro leitor, por que fui para o Brasil. Bom, você sabe que Castelobruxo é conhecido por formar herbólogos incríveis, não é? Não sabe? Então enquanto você termina o seu chá, eu vou lhe contar sobre Castelobruxo. É muito diferente de Durmstrang e, aparentemente, muito diferente de Hogwarts também. O principal e mais impressionante de tudo é que essa escola fica escondida no meio de uma floresta gigantesca, cujo nome é Floresta Amazônica. Qualquer trouxa que passe por ali verá apenas ruínas de um templo antigo, que provavelmente não chama atenção e nem desperta a curiosidade. Mas os bruxos, ah, eles são agraciados com uma visão magnífica! Uma construção enorme, banhada em dourado. Há quem diga que lembra um templo inca, então se você não conhece Castelobruxo, é uma ótima referência. 

E não ache que pode ir entrando a seu bel prazer só porque é bruxo. Existem espíritos protetores ao redor daquela escola. Eles são chamados de Caiporas. Foi assim que eu ganhei esse arranhão em meu pescoço… Devo dizer que são bem protetores mesmo. Só com isso vocês podem imaginar o quanto sofri para conseguir entrar em Castelobruxo. Não sendo um nativo e sabendo zero da língua deles, foi mais complicado do que imaginei. Ah, e tudo isso para descobrir mais sobre a origem das ervas. Enfim, eu fui resgatado por um aluno dali. A primeira coisa que notei foi o uniforme, que era bem diferente dos uniformes de Hogwarts. Chuto que seja pelo clima, já que era bastante quente e úmido naquela floresta. Sobre a estrutura de Castelobruxo, incrível seria pouco para descrever. As escadarias parecem intermináveis, mas você fica tão absorto olhando para a paisagem que quando vê, já chegou em seu destino. 

Certo que eu me distraí do objetivo principal: ervas lufanas e suas origens, foco! Consegui me comunicar bem com o aluno, que entendia meu inglês carregado de sotaque. Ele disse que me apresentaria ao seu professor de Herbologia, e que ele provavelmente teria a resposta que eu estava buscando. Seguimos por entre os corredores arejados da escola e eu pude perceber que existiam alunos de vários lugares ali – reconheci que alguns falavam espanhol, apesar de não entender nada do que diziam. Era um mundo totalmente diferente do que eu estava acostumado a ver, com costumes diferentes e detalhes que mudavam tudo. Sinceramente, eu gostaria de ter ficado mais naquela escola e absorvido da cultura tanto quanto podia. 

Fui apresentado a um dos professores de Herbologia, e da forma que eu pude, expliquei qual era o meu objetivo ali. Sendo um grande conhecedor da flora do país, ele não só me explicou sobre as ervas, mas também me mostrou. Eu dividi meus conhecimentos com ele, e ele cedeu um pouco dos dele para mim – além de fornecer algumas amostras de novas ervas com uma qualidade excelente. Para minha sorte, eu também ganhei um exemplar de um livro cujo nome é "Estudos Avançados no Preparo de Poções", sendo o autor um brasileiro de nome Libatius Borage. Minha última experiência nas terras brasileiras foi quando esse mesmo professor de Herbologia tentou fazer uma Caipora ser amigável comigo. Bom, devo dizer que correr nas matas brasileiras é bem complicado, ainda mais quando tem uma Caipora correndo e gritando atrás de você... No fim de tudo, eu voltei para Londres com a visão aberta para novos horizontes, sabendo que as escolas bruxas poderiam oferecer muito mais conhecimento do que eu imaginava. E é claro, eu dividi meus conhecimentos e as ervas com minha chefe, afinal, tudo que é bom deve ser compartilhado.