Por: Hunter Wilson Kane
Continuando com o tema abordado na última edição, trazemos agora a matéria prometida, onde as informações conseguidas sobre essas peças fundamentais, mas tão pouco aclamadas do Quadribol, serão finalmente reveladas.
Encontrando como primeiro obstáculo o “por onde começar”, nossa redação resolveu lembrar um pouco da história do Quadribol, a qual começa aproximadamente no ano 1000, quando Trude Keddle escreve sobre um novo jogo com vassouras no Brejo de Queerditch. Embora o Quadribol fosse mencionado, infelizmente não foi possível descobrir muito sobre as origens do Juiz. Teria ele sempre sobrevoado o campo com uma vassoura? Ou no início seria ele apenas alguém na “arquibancada”, quem sabe até mesmo correndo pelo perímetro do campo ou um jogador? Infelizmente é algo que não iremos saber. O que conseguimos descobrir sobre esse início, resume-se ao fato de que até o ano de 1357, era extremamente comum que juízes de quadribol fossem assassinados em pleno jogo.
O que aconteceu em 1357? A morte do árbitro chamado Ciprião Youdle, que veio a falecer após receber uma maldição vinda de um espectador ainda anônimo. O Jogo acontecia entre bruxos locais na região de Norfolk, um condado litorâneo no centro-oeste da Inglaterra, conhecido pelos seus rabicurtos* habitantes. Após o falecimento do árbitro, regras rigorosas foram feitas, muitas evoluindo de acordo com a evolução do esporte. Entre 1829 e 1910, entretanto, a história do esporte volta a mencionar novamente seus nobres juízes, anunciando a entrada da primeira árbitra mulher da nossa história: Leopoldina Smethwyck. Após Leopoldina, muitas bruxas puderam começar a se dedicar a carreira de árbitra, embora poucos nomes sejam vistos nos registros.
Saindo da história e buscando a prática, nos deparamos com um fator interessante: É comum que, nas Escolas de Magia, seja o professor ou professora de Voo a apitar os jogos das ligas estudantis e amadoras. É interessante frisar nesta informação que, os responsáveis por lecionar a matéria de Voo, muitas vezes deixam sua carreira para seguir como árbitro. Um fato que responde, em partes, qual tipo de experiência o Ministério pode ir buscar para alguns casos. Outros fatos curiosos, entretanto, foram tragos para maiores elucidações, como o fato de que muitos jogadores de Quadribol, ao não alcançar sucesso em sua carreira ou passar da idade, resolvem se dedicar a carreira de juiz.
E é interessante perceber que, mesmo que a carreira de juiz não fosse a primeira escolha de alguns, estes continuam felizes em suas posições, apesar de todos os contratempos. Mas, o mais interessante é podermos finalmente entender qual é a real dificuldade do Ministério, o porque é tão difícil assim conseguir um juiz – capacitado e controlado –, para apitar os jogos da Liga Profissional de Quadribol. Com tão poucas pessoas interessadas, assim como a falta de uma espécie de curso ou outra forma de especialização na área, como podemos esperar que um dia, simplesmente não iremos ver a ruína do Quadribol pela falta de árbitros? É de se entender que, outra coisa que gera bastante animosidade com a posição, é os nervos a flor da pele dos jogadores profissionais de Quadribol, assim como de vários torcedores.
E por isso mesmo, a redação do Profeta Diário deixa aqui o seu apelo: Jogadores, torcedores e Ministério da Magia! Deem valor aos seus juízes, tentem entender as suas marcações antes de acusá-los, pois é nosso comportamento agressivo e nossa falta de apoio que nos impede de ter juízes. Que cursos de árbitros sejam abertos e divulgados, que juízes se sintam mais à vontade em campo, assim como novos voluntários a arbitragem surjam.
*rabicurtos: É um demônio que lembra um porquinho anão de longas pernas, rabo grosso e curto e olhos pretos e miúdos. Extraordinariamente rápido e difícil de capturar, ele entra sorrateiro em uma pocilga e mama em uma porca normal ao lado de seus filhotes. Quanto maior se torna, mais destruição comete. Tem medo de cachorros inteiramente brancos.