Por: Annie Miller Slowli
Há alguns anos, quando foi anunciada a inauguração de um novo centro comercial bruxo, várias famílias e investidores agitaram seus ânimos para garantir um espaço para a sua loja no edifício, tendo em vista que o alvo dos proprietários eram os negócios familiares. A cada estreia de alguma loja na Galeria Grogan Stump, seus corredores lotavam e a clientela não hesitava em abrir o bolso. Tudo isso fruto de um marketing maciço. Não demorou muito, porém, para que o faturamento da Galeria fosse afetado pelo resfriamento econômico decorrente da falta de segurança no Mundo Bruxo. Na época, Comensais da Morte fugiam de Azkaban, trouxas eram assassinados por magia, ministeriais e estudantes desapareciam e o Departamento de Mistérios foi invadido. O caos se instalou definitivamente quando o Lorde das Trevas, Blazer Chandler, invadiu Hogwarts. Ninguém mais arriscava sair por aí, o que incluía fazer compras. Como notificado pelo Profeta Diário nesse período, muitas lojas da Galeria temiam falir.
Melhorada a situação do Mundo Bruxo (um processo longo), o movimento nas ruas aumentou e as lojas da Galeria lentamente retomaram o crescimento de suas vendas. Para isso, a administração do local trabalhou para que houvesse mais diversidade de setores para atrair um público que não frequentava a Galeria antes. Seus comerciantes buscaram inovar seu estabelecimento através de diferenciais que não podem ser encontrados em outros lugares, como produtos próprios e modernidade na estrutura. Nesse Natal, por exemplo, a adoção de uma programação especial pelos Cinemas Kingdom movimentou o local. Não de forma impressiva, mas também não deixou sessões quase vazias como vinha acontecendo.
No subsolo, o acesso é restrito ao público bruxo. Para compensar a falta de trouxas, algumas lojas se dão bem ao oferecer novidades com que os bruxos não estão acostumados e assim atraem uma audiência significativa. É o caso da Flipendo Games, que oferece lazer com histórias de quadrinhos e até mesmo com jogos da mais alta tecnologia trouxa; da doceria Unicorn’s Candy, que aposta em encomendas, na liberdade do cliente para personalizar o produto desejado e na abundância incomum de doces nas prateleiras; e do Restaurante D’Amici, que entrega sua comida italiana em bandejas voadoras. Por outro lado, há aquelas que não atingem a média de público almejada, como a Dentes & Garras; a Ágatas&Ônix e a Jewelers Cartier, que competem entre si na venda de joias; e a Le Rouge, que tem foco no público feminino para a venda de itens de casais.
No primeiro piso, o público é maior por abranger tanto bruxos quanto trouxas. Por conta disso, o número de lojas com um movimento razoável de clientes é maior do que as do subsolo. O destaque fica com o Sin, Pleasure & Desire Bar, que funciona durante a noite para adultos e estende o erotismo a toda a sua programação e serviços, e com o restaurante informal Outback Steakhouse. Observa-se que a maioria das lojas desse piso é do setor da moda, e talvez por conta da concorrência gerada que a Lagerfeld e a Dolce&Gabbana tornam-se muito pouco frequentadas.
A Galeria Grogan Stump surgiu como uma grande promessa, tornou-se uma frustração logo em seguida por conta de uma crise, recuperou parte de seu prestígio e demonstra atualmente que a obtenção de uma boa quantidade de clientes varia de uma loja para outra. Depende exclusivamente da dedicação que cada família fornece ao seu empreendimento. Numa visão geral, podemos dizer que a situação financeira da Galeria poderia estar melhor. Falta interatividade por parte das lojas e comprometimento por parte dos responsáveis por elas. As condições são melhores do que as de algum tempo atrás, mas não há uma perspectiva de prosperidade diferente da apresentada hoje.