Por: Peter Chthon Donati Qual é a primeira coisa que você pensa quando escuta a palavra “Romênia”? Aposto que a maioria dos leitores ...

A Reserva do Dragão

Por: Peter Chthon Donati

Qual é a primeira coisa que você pensa quando escuta a palavra “Romênia”? Aposto que a maioria dos leitores automaticamente se lembrou de vampiros e principalmente do famoso Conde Drácula. Sim, o país localizado no Sudeste da Europa é bastante conhecido pela mitologia vampirística que cerca o local, e principalmente por ser constituído por uma região chamada de Transilvânia, local que abriga o Castelo de Bran, residência de Vlad III, Príncipe da Valáquia por três vezes (em 1448, de 1456 a 1462 e em 1476) e conhecido como Vlad, o Empalador. Para quem não está familiarizado com o nome, saiba que o comportamento pouco amigável e as atrocidades que Vlad cometia com seus inimigos, foram o que inspiraram Bram Stoker a escrever o Drácula. 

Entretanto, o foco dessa matéria é provar que nem só de vampiros vive a Romênia, mas sim de dragões, pois é lá que existe um dos lugares mais legais para nós bruxos visitarmos: A Reserva do Chifres-Longos Romeno. Não se engane por conta do nome, o local é repleto das mais variadas raças, que muitos de nós passamos a vida sem saber que existem. Como muitos possam ter curiosidades sobre o que encontrarão na Reserva e ainda possam ter dúvidas sobre como funcionam as coisas por lá, resolvi realizar a “árdua” tarefa de visitar o local e contar tudo para vocês.

O primeiro espaço que vale a pena visitar é a entrada e a recepção. Pode parecer piada da minha parte, mas ali existem diversos acessórios interessantes que podem colocar vocês no clima da reserva. Se você tiver bastante grana para gastar, aproveite para se esbaldar e comprar camisetas e bonés realmente bizarros e divertidos que imitam dragões. Destaque para alguns que até soltam fogo e mordem quem tentar roubá-los de sua cabeça ou chegar perto demais. Outra coisa interessante que é vendida ali, é uma espécie de protetor solar que promete impermeabilidade ao fogo por três horas completas. Se realmente funciona, isso eu não sei informar, pois não tive coragem para testá-lo. 

É aqui na entrada que vocês também vão encontrar diversos suvenires, como miniaturas de dragões, chaveiros, xícaras, porta-copos, e diversas outras coisas ligadas a reserva. Aconselho a deixar essa parte das compras para o fim do tour ou então ir munido com uma bolsa ou mochila magicamente encantada para ser maior do lado de dentro. Outro conselho que dou é que aproveitem essa primeira área da reserva para visitarem um espaço destinado a uma ONG responsável por salvar dragões que se encontram em situações de maus-tratos, escravização, ou que são criados ilegalmente para o abate. Inclusive, além de conhecer um trabalho bem interessante que é feito na proteção dessas criaturas, quem quiser pode fazer doações e ajudar da melhor forma que for possível. 

Depois da entrada e da recepção, chega a hora de adentrar a área mais aberta da reserva e enfim conhecer os dragões que tanto esperamos. O tour não tem exatamente uma ordem, de modo que vocês podem visitar qualquer raça e espaço conforme forem suas preferências. A única coisa a ser ressaltada é que se mantenham perto dos funcionários que trabalham no local, e que serão responsáveis pela sua segurança. As duas primeiras espécies de dragões que eu tive a oportunidade de conhecer, foram Rabo-Córneo Húngaro e o Meteoro-chinês. O procedimento para ver eles é basicamente igual. Todos os visitantes ficam em uma estrutura de pedra, camuflada, de onde é possível visualizar as criaturas lá em baixo das encostas. O motivo para isso é para a segurança de todos os visitantes, algo que a reserva está de parabéns. Inúmeras vezes os dragões se aproximaram do local onde todos estavam, mas não notaram a presença humana. 

Um dos guias comentou que as únicas pessoas que podem chegar perto das criaturas são os funcionários da reserva que são devidamente treinados para isso. Essa informação pode parecer meio óbvia, mas há alguns anos os visitantes tinham bem mais liberdade para se aproximar dos dragões, o que acabou gerando alguns acidentes. De qualquer modo, se essas duas espécies são vistas mais de longe, isso não acontece com o Verde-galês Comum. Aqui a segurança é reduzida, e é permitido se aproximar um pouquinho mais, visto que essa raça de dragão não tem preferência por presas humanas. Mesmo assim, ainda existe um limite de segurança e também uma garantia que os próprios visitantes não provoquem as criaturas que podem se irritar. É possível ver os dragões voando bem pertinho e até sentir o vento que o voo provoca. 

Por fim, a última espécie que visitei foi a que da nome a reserva. O local é o mais bem guardado, sendo possível ver até mesmo seguranças rondando o local, e isso se deve por motivos de proteção mútua, visto que a espécie corre perigo de extinção. Além de toda área destinada aos dragões, através do pagamento de uma taxa extra é possível ser levado até o centro veterinário e conhecer um pouco sobre todo o processo que envolve desde a chegada dos dragões ali naquele espaço, até a liberação deles. Digamos que essa é uma parte do tour para quem deseja conhecer mais sobre como a reserva funciona e destinado basicamente a estudiosos ou amantes das criaturas, visto que ele não é muito empolgante e tem um ar bastante acadêmico. 

Vale a pena, também, se aventurar pelo refeitório da reserva, que é uma parada obrigatória, mas que não pode se deixar de aproveitar. O conselho que eu dou aqui é: Estejam preparados para comer! As comidas são deliciosas e vem em porções gigantescas. Confesso que o local não é muito agradável para quem é vegetariano, mas se você não tiver problema em comer carnes, esse lugar vai te dar um novo conceito a respeito de frase “comer até morrer”. Fora isso, não há mais muito o que se ver na reserva, mas, com certeza, já estará quase na hora de embora. É um passeio que vale muito a pena fazer, principalmente por nos aproximar ainda mais dessas importantes criaturas que estamos apenas acostumados a ver nos livros.