Por: Peter Donati Pallas
Após os tristes eventos que acabaram levando o cancelamento dos jogos de Quadribol pela Liga Britânica e Irlandesa, agora finalmente podemos comemorar, pois o nosso tão amado campeonato está de volta. E foi para comemorar essa volta que tivemos um evento todo voltado para o esporte, que permitiu que todos os aficionados pudessem ver de perto os seus ídolos e se divertir nas inúmeras tendas montadas em Queerditch. Aproveitando o festival, que foi marcado pela presença de diversas estrelas desse nosso tão amado esporte, este humilde redator que vos escreve, bateu um papo rápido com quatro dos jogadores que mais fazem sucesso entre os fãs de Quadribol.
São eles: Roman von Ziegler, apanhador do time mais antigo da liga, a União de Puddlemere, cujo célebre ex-diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, era torcedor; Sam Wichbest, apanhador do Tornados de Tutshill, time conhecido pelo recorde britânico e irlandês de ter conquistado a taça cinco vezes seguida. Também possuidor do recorde de ter vencido uma partida em apenas três segundos e meio; Ginn McCready, artilheira do time Galês formado apenas por bruxas, Harpias de Holyhead, conhecido por realizar uma partida de sete dias contra Gaviões de Heidelberg, considerada por muitos como a melhor partida que o esporte já viu; e por fim eu conversei também com Samuel Alecssander, goleiro do time originalmente fundado pelos sete filhos do açougueiro, Válter Parkin, na região de Borders, os Vagamundos de Wigtown;
O primeiro pedido, que eu não pude deixar de fazer, foi para que eles me contassem um pouco sobre suas trajetórias. Quando e como eles descobriram o Quadribol, e como se relacionaram com o esporte desde então. Desde os tempos de infância até o profissionalismo. Além disso, eu também quis saber como eles entraram em suas respectivas equipes e o que tinha feito com que elas chamassem suas atenções.
Roman — Bom, desde os primórdios em Hogwarts eu já demonstrava uma grande aptidão nas aulas de voo e também sempre amei muito o Quadribol, foi então que uni o útil ao agradável. Quando jovem, fui apanhador do time da Grifinória por três anos consecutivos, levando a casa à vitória durante esses três longos anos. Desde então, a paixão só aumentou e resultou no que sou hoje. O desejo em me tornar jogador do clube atual, União de Puddlemere, deixando claro para quem não sabe, adveio após ter sido apresentado a vários pôsteres do clube e figurinhas de jogadores famosos, estes que eu admiro e tenho como inspirações até hoje. Então eu acabei me tornando um grande admirador do clube.
Sam — Vim de família bruxa, desde sempre o quadribol esteve presente em minha vida. Em Hogwarts foi onde me dediquei ao esporte, entrando no time de minha casa. Percebi que eu era bom, então por que não focar nisso? Não sei como eu seria hoje sem o quadribol, foi lá que conheci meus melhores amigos, o pessoal que fez parte de toda a minha vida em Hogwarts, sabe? E grande parte deles continuam presente fora da escola também. Sempre fui fã dos Tornados, e em atividades de verão já joguei tanto por eles quanto pelos Canhões, mas onde me apeguei mesmo foi aqui nos Tornados. Sei lá, não é um trabalho pra mim, eu simplesmente vivo o quadribol, é natural.
Ginn — Quando era menor, meu avô me deu uma vassoura de brinquedo, foi quando eu descobri que era gostoso aquela sensação de liberdade que estar a poucos centímetros do chão pode lhe dar. Não tive grandes contatos com o mundo do quadribol com a família, já que além de mim, apenas minhas primas foram realmente mostrar interesse pelo esporte e todas na mesma faixa etária, mas aprendi a voar na marra, me machucando bastante e voltando a tentar. Fui começar a jogar quadribol, de fato, quando entrei em Hogwarts em meu primeiro ano, para ser mais exata. Consegui entrar para o time na posição de reserva, já que era muito nova pra sair jogando normalmente. No entanto, a sorte sorriu pra mim já no primeiro jogo da temporada, contra a sonserina, quando o apanhador titular teve problemas de saúde e eu fui escalada para substituí-lo, capturando o pomo sem qualquer dificuldade. Naquela época a rivalidade era mais latente entre as casas, algo que gerou vários comentários porque o apanhador rival era um dos jogadores mais favoritos de Hogwarts, algo que também gerou uma grande rivalidade entre nos dois. No terceiro ano, era capitã da Grifinória e já tinha uma boa reputação como jogadora, ocupando sempre a posição de apanhadora, a qual havia me afeiçoado.
Três anos depois como capitã do time, já tendo uma grande reputação no quadribol de Hogwarts, passei a ter dificuldades com a posição de apanhadora, já que o nervosismo começava a se tornar um empecilho. Toda vez, no último segundo lado a lado com o apanhador rival, eu tinha alguns lapsos e acabava me distraindo e perdendo a chance de agarrar o pomo, algo que me fez largar a antiga posição com o atual apanhador dos Tornados, Sam Wichbest, que também foi um dos melhores jogadores de quadribol que tive o prazer de treinar em Hogwarts. Ele ficou como apanhador, sendo que a posição antiga era artilheiro e eu entrei como artilheira, começando só aí meu caminho na atual posição. Alguns anos mais tarde, prestes a me formar, abri mão do Quadribol e já tinha recebido contatos de três clubes diferentes para quando me formasse (Harpias, Canhões e Tornados). Reprovei de ano e tive alguns problemas pessoais que me afastaram do mundo do quadribol, mas acabei retomando no ano seguinte, depois de ser convidada para representar meu país, a França, pela Seleção Francesa e como capitã! Nossa seleção era composta por garotas praticamente, vai entender, mas conseguimos o segundo lugar na Copa Mundial, infelizmente os jogadores Italianos tinham um jogo impecável. Novamente os contratos vieram bater a minha porta, mas precisei de algum tempo para arrumar minha vida pessoal, antes de finalmente aceitar jogar profissionalmente. A escolha das Harpias para mim sempre foi clara, elas eram o meu time favorito da Liga e o qual eu torcia desde pequena! Sempre foi um sonho poder representá-las!
Samuel — Desde que era um aluno, eu atuei no time de quadribol de minha casa. Nem preciso falar que era um arraso, né? As cocotinhas tudo caiam matando desde essa época. Mas na verdade nunca encarei o quadribol como algo sério em minha vida, foram só oportunidades que apareceram e eu acabei agarrando elas. E fala sério, né? Em que outro esporte eu posso sair dando porrada nos outros e voar que nem uma besta desenfreada ao mesmo passo que ganho fãs?
Todo aficionado de Quadribol já deve ter percebido que grande parte dos jogadores do seu time do coração possui outra profissão além da de esportista. Em sua predominância, muitos dos craques, que fazem nossos olhos brilharem durante as partidas, são professores de Hogwarts, mas também temos Aurores, vendedores de lojas, empresários e tudo mais que vocês possam imaginar. Os motivos para isso são divididos. Alguns até reclamam do salário pago pelos clubes. Entretanto é possível ver que todos compartilham algo em comum: O amor pelo esporte. Parece que essa é a receita para aliar suas profissões formais com suas carreiras dentro de campo. E foi exatamente isso que eu perguntei para eles: O porquê de cada um deles também ter uma profissão além da de jogador, e como eles conseguiam conciliar as duas coisas.
Roman — Então, a maioria dos jogadores não vive apenas com a profissão de jogador profissional. O Quadribol é um hobbie que acaba nos dando um fruto maior do que esperamos... Já que o trabalho vira uma diversão. No quesito conciliar, eu não tenho nenhuma explicação específica que diga o porquê de eu estar atuando em duas profissões ao mesmo tempo. Porém, o que eu posso dizer, é que consigo ter tempo para cada uma delas muito bem, desde horários para treinos e a jornada diária para trabalho fora do campo de Quadribol. Vocês que costumam achar que não conseguirão conciliar o trabalho com a profissão de jogador... Não é impossível! Basta ser persistente, decidido e o principal, ter organização para administrar ambas as profissões.
Sam — Meus dois trabalhos são minhas paixões. A matéria que leciono em Hogwarts é Mitologia, fui por muitos anos um pesquisador sobre o assunto, morei um tempo lá pelos cantos de Cólofon. Assim como o quadribol, esse é o tipo de atividade que eu facilmente tomaria como hobby, então por que não transformar em profissão? Claro que fica mais puxado, mas eu fico mais feliz assim. Se eu sair de um desses empregos, não vou parar de fazer o que já faço. A diferença é que não vou ser remunerado.
Ginn — Eu me formei em Docência quando saí de Hogwarts, algo que tinha em mente em fazer já que naquela época eu havia desistido do Quadribol. Assim que me formei, recebi um convite para lecionar em Hogwarts a matéria de Feitiços, fiquei um tempo no cargo e descobri que gostava da profissão, mas ainda sentia falta da liberdade do Quadribol. O esporte sempre havia sido minha paixão, acabei deixando o cargo de docente um tempo depois, por problemas pessoais, mas quando retornei, dessa vez lecionando DCAT, eu já sabia que não queria apenas ficar atrás de uma mesa ouvindo alunos. Resolvi ir atrás das Harpias, para saber se a vaga que me ofertaram por várias vezes ainda estava de pé, acabando por assinar um acordo com o clube. Consegui conversar com a Coordenação e Direção de Hogwarts sobre isso, de modo que no fim ficou fácil, embora corrido, manter as duas profissões.
Tenho treinos mais durante a parte noturna ou matutina, algo que me deixa a tarde inteira livre para lecionar. Essa é a parte fácil, já que a direção da escola não se importou em colocar as aulas de DCAT de minhas turmas sempre nos horários da tarde. Raramente algum imprevisto me faz mudar algum horário, algo que não gerou nenhum problema até hoje. Como diretora de casa também, procuro sempre deixar os problemas da casa resolvidos o quanto antes, ou deixá-los para o domingo a noite, já que nos sábados eu tenho alguns treinos mais intensivos na sede do clube. Sobre sair de Hogwarts e chegar nos lugares a tempo, também não é algo impossível, já que como não sou a única docente nessas condições, a direção do Castelo concordou em deixar alguém sempre a postos nos horários certos nos portões da escola, para que pudéssemos sair e voltar sem grandes problemas. Em resumo, é uma correria enorme, mas quando se gosta do que se faz, nada é um obstáculo.
Samuel — Quadribol é que nem amor: não põe comida na mesa. Tenho um trabalho de professor porque sou f#d@ e manjo muito das poções. Aliás, isso me lembra uma vez que levei uma poção explosiva em um dos jogos. Fui expulso. Triste história. Mais triste ainda pro outro cara... Enfim, não precisamos puxar minha ficha criminal aqui, né? (olhar afiado)
Já conciliar as coisas é bem tranquilo. Nosso time não se reúne muito para treinar, confiamos em nossas habilidades e mais ainda na capaidade que um tem de querer arrancar a cabeça um do outro quando estamos juntos. Poucos treinos por causa desses fatores. Quantos aos jogos da liga, digamos que as vassouras sobem para os jogos menos do que bem-te-vi de vovô, então, quando tem jogos, é fácil se programar antes.
Como estávamos em meio ao festival de Queerditch, tivemos pouco tempo para usufruir da presença e da atenção das nossas estrelas, que frequentemente eram solicitados por fotógrafos, e principalmente por fãs ensandecidos que quase me levaram a óbito enquanto perseguiam sem descanso os jogadores. Por esse motivo, minha entrevista com eles foi rápida, mas naturalmente que antes de ir embora eu não podia deixar de pedir para que eles deixassem alguma mensagem, ou conselho, para os jovens leitores do PD que um dia sonham em seguir a carreira dentro do Quadribol.
Roman — Aos jovens que estão decidindo entrar pra carreira profissional, é difícil se tornar um jogador? Sim, é! No Quadribol vocês irão encontrar dificuldade, assim como em tudo em nossas vidas. Mas vocês precisarão ter perseverança e muita paciência, já que é uma área onde irá exigir muito de vocês. No entanto, é uma profissão maravilhosa, onde nos permite conhecer diversas pessoas, e o melhor disso tudo é poder receber o carinho dos fãs, já que não há nada mais gratificante do que ter o trabalho reconhecido. Mas lembrem-se, nada é impossível quando, de fato, queremos almejar os nossos sonhos.
Sam — Aos jovens interessados em quadribol, o primeiro conselho que dou é: Entrem nos times das suas casas enquanto alunos. O quadribol em Hogwarts abre portas pro quadribol fora de Hogwarts. Onde acham que procuram jogadores profissionais? Em times amadores, é claro! Você começa a conversar com pessoal da área, e conversa aqui, conversa ali... Não preciso nem mencionar que nos times da escola são onde você treina suas habilidades né? Esquece aqueles joguinhos em família, treine pra valer! Quem sabe um dia seu rosto não está no Profeta Diário entre os campeões?
Ginn — Paciência, determinação e humildade, três coisas que são fundamentais no Quadribol profissional se você realmente quer ser alguém. Claro que, nós jogadores adoramos alfinetarmos uns aos outros com aquela coisa de “seu timezinho é horrível” ou “eu jogo melhor do que você”, mas todos também sabemos levar na esportiva. É necessário ter paciência pra esperar a sua chance chegar, assim como ter determinação no que quer e treinar bastante para conseguir ter uma boa chance no mundo do Quadribol, mas o mais importante é ter humildade o suficiente para aceitar quando perde, embora brincadeiras sejam perfeitamente cabíveis (risos). Jogadores que sabem levar as coisas na esportiva costumam ter mais sucesso do que aqueles que se irritam ou saem caçando problemas, ninguém gosta de gente que dá problemas, convenhamos. E por fim, mas não menos importantes, não esqueçam crianças: Não usem dorguinhas da felicidade para tentarem ser melhores do que já são. Além de ser feio, faz extremo mal a saúde! E aos seus dentes tbm, se é que entendem.
Samuel — Matem aulas idiotas que não levam vocês à nada; façam corridas clandestinas de vassouras perto da floresta proibida, apostando dinheiro; chamem as menininhas para serem cheerleaders. Mentira, estudem, façam a lição de casa e usem o casaco que a mamãe mandou para vocês (não quero ser demitido se meu chefe ler isso, preciso do emprego para viver). Mas se gostam de voar, procurem ajuda dos times dentro de Hogwarts. Treinem. Me liguem, vamos tomar um cafezinho e fazer uns treinos bem marotos. Sei lá, não sou bom com esse lance de dicas pra quadribol, vocês que esfolem a cara de tanto cair até ficarem bons. Até mais.
Bom gente, aproveitando o gancho de todos esses bons conselhos, eu quero alertar aos adolescentes que estão no sétimo ano de Hogwarts e sonham em jogar em um grande clube, que todos os times da liga possuem seleções abertas e aceitam jogadores que ainda estão no colégio, desde que estejam no último ano. Essa pode ser uma boa oportunidade para estar iniciando na carreira o quanto antes e se consolidando entre os profissionais. E pra quem não acha que conseguirá conciliar a rotina de aulas, trabalhos e treinos, vocês acabaram de ler dicas sobre o que os próprios professores de vocês fazem, e eles são a prova de que não é impossível. Basta dedicação. No mais, eu fico por aqui e até a próxima.