Por:
Ashley Wells Steenbergen
Você, marujo, já navegou no mar de espumas? Se sim, certamente viu o monstro amarelado de bico laranja que vaga pelas fervorosas águas. É um parente do monstro do lago Ness? Não! É o pato do seu, do nosso, banho!
Por muito tempo esse monstro-acompanhante foi observado e estudado com muito cuidado e dedicação, mas a sua real função até então não havia sido descoberta. Para muitos era só um objeto decorativo que boiava teimosamente na água coberta com uma generosa camada de espuma. Um vigilante silencioso e sem uma função concreta ou de fato bem definida.
Mas o mistério enfim encontrou sem ponto final. Segundo as pesquisas do Professor Duckerbergen o tal Patinho de Borracha é muito mais do que um artigo simples de decoração. Sua função de enfeite e objeto inanimado desprovido de qualquer qualidade é, na verdade, um disfarce. A verdade é que os Trouxas desenvolveram com o passar dos anos um instinto subconsciente tomou conta deles, fazendo com que suas mentes buscassem incessantemente por uma companhia constante.
É por isso que a mania de falar sozinho é tão comum entre os Trouxas, também é uma mania muito desenvolvida entre os Bruxos, mas os estudos alegam que esse traço surgiu em nós como influência da constante convivência com as manias e peculiaridades trouxas. O patinho de borracha então apareceu como o último copo d’água do deserto, salvando as mentes desses pobres Trouxas que não aguentam os instantes de solidão.
O objeto amarelo tem um formato agradável aos olhos assim como a sua cor que causa uma sensação de conforto e alegria aos trouxas, semelhante a sensação que experimentamos quando comemos algo gostoso. A companhia é escolhida apenas para o momento do banho porque para os mais solitários existe uma infinidade de outros objetos que acabam sendo espalhados pela casa e com quem os Trouxas acabam batendo um papinho.
Os animais de estimação acabam sendo um alvo certo, mas para muitos trouxas eles não bastam pela constante chance de fuga quando seus ouvidos já estão cheios demais de todo o falatório. É por isso que tantas vezes apesar de viver cercados por bichinhos de estimação ainda encontramos exemplares de trouxas que vivem com uma coleção de patinhos de borracha. É, como o doutor Duckerbergen classificou, a Patomania.