Os duendes são criaturas humanoides extremamente inteligentes que possuem seu próprio tipo de mágica e se comunicam a partir de uma algaravia. Devido a suas habilidades monetárias, controlam grande parte das finanças no mundo dos bruxos e administram o banco Gringotes. Além disso, por serem ferreiros natos, também fabricam moedas bruxas. Diversos duendes merecem destaque, como Ragnuk, considerado rei dos duendes e forjador da Espada de Godric Gryffindor; Gringote, fundador do Banco Gringotes; e Eargit, representante dos duendes no Conselho dos Bruxos no século XIV.
As relações entre bruxos e duendes nunca foram saudáveis. O surgimento dessa discórdia se deu com a criação da varinha mágica, que permite o controle da magia. Como os grandes dominadores da mágica eram exclusivamente os duendes, a histeria tomou conta deles quando perceberam que os bruxos também teriam comando sobre ela. A partir de então, os duendes não compartilham mais com os bruxos seus segredos mágicos, como suas armaduras indestrutíveis. Ainda atualmente são considerados inferiores por muitos bruxos, a quem demonstram ferocidade e antipatia.
Foi exatamente por esse tipo de discriminação que a história do Mundo Bruxo foi marcada por diversas rebeliões dos duendes. Elas prevaleceram nos séculos XVII e XVII, com o objetivo principal de extinguir a discriminação contra os duendes, que acusam a comunidade bruxa de praticar especismo. Uma rebelião de 1612 ocorreu nas imediações da vila Hogsmeade, onde o Bar Três Vassouras foi usado como sede dos bruxos. Com a permissão do próprio Departamento de Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas (os documentos, antes secretos, foram descobertos meio século depois), os bruxos espalharam nos revoltosos uma doença exclusiva da raça dos duendes conhecida como “bexiga febril” pela semelhança com a varíola.
Outra rebelião, ocorrida no século XVIII, foi liderada por Urg, o Imundo. Com o intuito de derrubar a lei que proíbe o uso de varinha por não-bruxos, as rebeliões tiveram início no norte europeu e se alastraram por outros pontos da Europa. Sem um acordo entre as criaturas e as autoridades bruxas, as revoltas duraram vários anos, acarretando a morte de bruxos e duendes combatentes, reféns e até mesmo trouxas. A criança polonesa Ksenia Kowalski, quando se perdeu de seus pais em uma pousada nas montanhas, foi atingida por uma adaga lançada por um duende que a confundiu com um bruxo inimigo. Esse caso fez a comunidade bruxa pressionar o Ministério da Magia a cessar as revoltas. O chefe do Conselho dos Bruxos, agora formado apenas por feiticeiros, tomou medidas para cessar as revoltas: os bruxos poderiam usar magia contra duendes para se protegerem, o número de combatentes bruxos nas áreas de rebelião aumentou e Urg foi preso, acusado de vender moedas de leprechauns. As revoltas, porém, tiveram continuidade. Os duendes foram então convidados a ir até um acampamento montado pelo Ministério da Magia para realizar as negociações. Foi quando se depararam com Urg morto e incinerado. O caos instaurado naquela noite proporcionou, mais uma vez, a derrota dos duendes.
Atualmente, principalmente por não possuírem o direito de usar a varinha mágica, há fortes rumores de que os duendes planejam uma nova revolução. Detentores do mais poderoso banco do mundo bruxo, poderiam facilmente criar uma crise na esfera econômica em detrimento do poder e da influência do Ministério da Magia. Mesmo que tais boatos não se confirmem, o problema existe e precisa ser resolvido rapidamente para atingirmos a harmonia entre as raças. Antes que os casos acima se repitam e, mais uma vez, os resultados sejam mortes em vão.