Por: Bisbilhoscópio Os anos dourados da Magia estão mortos. Vivam os próximos anos da pílula mais pálida. O título em que se fun...

A Magia Está em Declínio?


Por: Bisbilhoscópio

Os anos dourados da Magia estão mortos. Vivam os próximos anos da pílula mais pálida.

O título em que se fundamenta esse texto, caros Bisbilhoscopianos, é apenas a elevação do tom do sub debate que enfrentamos nas rodas geopolíticas, econômicas e sociais. O famigerado debate que diz que a Inglaterra Mágica está em declínio, proposição até muitas vezes tratada como auto evidente. A economia carece de dinamismo, o desemprego anda nas taxas de 6,8%. Os últimos Primeiros-Ministros, incluindo aqui a atual, mal falam com seus críticos e opositores. A refutação poderosa vem de um lugar improvável: O Caldeirão Financeiro.

Em um recente relatório para clientes que gerou muita polêmica o Gringotts Bank argumenta que a Inglaterra Bruxa ainda têm a economia versada mais forte do mundo – e terá por anos. Há uma crescente “consciência da chave da economia, capital humano e das vantagens de avanços advindos de uma boa geopolítica do Ministério da Magia frente seus colegas”, afirmam os analistas do Gringotts.

Como prova, eles acrescentam fatos volumosos. Para começar a economia do reino unido mágico ainda é a maior do mundo por um tiro longo. O Produto Interno Bruto é de quase G$ 2.3 trilhões (algo em torno de £ 8.8 trilhões), “quase o dobro do segundo maior (A França Bruxa), 2,5 vezes a terceira maior (A Bulgária Bruxa)”. O PIB per capita é de G$ 3.200; embora outras 04 comunidades mágicas tenham números maiores, a maioria dos países são pequenos – digamos Amazônia. O tamanho do mercado da Inglaterra Mágica faz com que seja um local de investimentos atraentes.

Em seguida, os recursos mágicos. Em um mundo faminto por avanços – e não é diferente com os bruxos de nossa nação – a Inglaterra tem muito a oferecer. Possui o mais avançado centro de ensino, Hogwarts; O maior e moderno hospital de traumas e desenvolvedor de poções, Saint Mungu’s; Além de contar com a mais cobiçada rede de influentes cientistas e literários do mundo. Neste contexto seus recursos naturais são consideravelmente beneficiados por isso. A Seção Ministerial de Recursos Naturais afirma que até 2020, a Inglaterra Bruxa se tornará a maior produtora de energia dentre as comunidades mágicas.

No emprego, a perspectiva é de que os trabalhadores bretões permaneçam mais jovens e com mais energia do que seus rivais que estão envelhecendo rapidamente. Em 2050, de acordo com o Instituto Merliano Gaulês, a idade média dos trabalhadores franceses e búlgaros será de 50 anos, uma década a mais que no Reino Unido, ou seja, nosso sangue de unicórnio é muito mais bem aproveitado! Além disso, nós atraímos imigrantes motivados – muitos – sejam jovens querendo um futuro promissor e oportunidades até das grandes e poderosas famílias. Em uma pesquisa do mesmo instituto, de 16 centros mágicos, a Londres Bruxa é a melhor para crescer profissional e socialmente.

Finalmente, a instituição financeira tem a expectativa que o Reino Unido Mágico mantenha a liderança em inovação. Realizamos a maior quantidade de pesquisas e desenvolvimento e temos mais da metade das melhores universidades mágicas.

Então, até certo ponto, Bisbilhoscopianos, somos invencíveis e imbatíveis! Verdadeiros Tom Riddle’s (sic) de nossa nada modesta vida mágica bretã! Em comparação com outras potências – França e Bulgária – as nossas perspectivas são mais brilhantes, como uma moeda de Galeão novinha. Mas o relatório do Gringotts, que assessora investidores aonde alocar seu rico dinheiro, é um guia incompleto para o futuro. Pode até explicar o por que das ações ministeriais contra a crise mundial que bate em nossas portas. Porém não é como a maioria vê o declínio nacional.

Se a casa do seu vizinho arder em fogo apenas metade que a sua, então você é melhor que seu vizinho – mas você é pior do que costumava ser, ok?! É nesse sentido que as perspectivas da Inglaterra Mágica ser mais forte que o restante de seus pares europeus e de outros continentes caminham. Mas essa vantagem não apaga as enormes perdas econômicas sofridas por milhões de ingleses bruxos. A maioria vai razoavelmente concluir que o Reino Unido Mágico está em declínio. Desmoralizado, menos favorável à economia, a liderança política e militar no exterior. É assim que se traduz a decepção doméstica de seu recuo global.

Mas “A Magia está em declínio?” pode não ser a pergunta correta. A verdade é que a maior parte das potências bruxas – incluindo aí os sempre comparáveis, França, Bulgária e Canadá, mas os também menos prósperos Brasil, Incas e Amazônicos – padecem semelhantemente.

Primeiro: O peso do welfare state está alto. O envelhecimento, mesmo pequeno como na análise, colide com benefícios prometidos e taxas aceitáveis. Ou aqueles devem ser cortados – e estamos falando da qualidade de Hogwarts, da generosa saúde do Saint Mungu’s e da portentosa estrutura de cabide previdenciário e salarial do Ministério da Magia -, ou estas devem ser aumentadas gerando alarde social e consequências políticas suicidas. As políticas são venenosas. Conforme o relatório do banco observa, como o Ministério lida com a sua dívida interna gera uma incerteza tremenda. O mesmo é verdade em outro lugar.

Segundo: A gestão econômica é de quebrar. Antes da disseminação viral da Crise Mundial pelos Mercados trouxas que invadiu nossa rede “segura” de comércio, e aqui faço um pequeno salve para elas: As louvadas Chthon Corporation, Maison Lagerfeld, Hoffmeister Group e Hyeras Entertainment – e Merlin sabe que eu poderia passar o resto do artigo citando conglomerados gananciosos e mesquinhos - da vida, que inundam nosso sistema com Libras e Dólares o deixando fraco e puxando a cotação do galeão para baixo, sim, ele que já esteve na casa de £ 4,50 hoje não vale mais que £ 3,90. Mas antes desta famigerada crise, os economistas dos grandes Bancos bruxos e do próprio Ministério faziam perspectivas e projeções de recuperação rápida, chegou a se cogitar que tudo só precisava de um “Reparo” e estaria resolvido. Bem, a confiança deu lugar ao desespero e as tentativas de “Reparo” inusitadas e improvisadas.

Terceiro: Os mercados globais tendem a correr mais à frente que a política global. As comunidades dependem cada vez mais do comércio internacional e do fluxo de capital gerado por ele e quando temos louvadas empresas da ordem das já citadas, os Bisbilhoscopianos percebem como ficamos, não é?! Mas o comércio globalizado está ameaçado por nacionalistas, as diferenças étnicas, religiosas e políticas entre nações e isso é gancho para o quarto ponto acerca do questionamento deste artigo.

Quarto: A recente mancha na pax romana entre o Reino Unido Mágico e o Reino Unido Não-Mágico. Se a nossa gestão econômica é de quebrar, imagine o estardalhaço e quebradeira que gera uma quase guerra entre a nossa irmã mais antiga, que também quebrou com Roma, que tem uma moeda mais forte como a nossa, que influencia nossas decisões e compartilha costumes?! Não se sabe ainda se a incompetência diplomática parte de nossa Primeira-Ministra que entende mais de Relações Exteriores que um Trasgo Montanhês ou do Primeiro-Ministro Inglês que a despeito da baixa estatura compensa com um ego e sobranceria escaldante. O ponto desta questão é que se os outros três pontos reforçam de forma técnica que a Magia passa sim por um declínio e necessita se realocar, este último, caros leitores, apenas vem confirmar que nossos polegares não estão mais para cima em sinal de entusiasmo ou até mesmo de altruísmo. O correto é que nossos mandatários deixem de quiprocós e passem a agir com a dignidade e responsabilidade que seus cargos exigem. Não estamos mais no medievo e certamente tendo computadores e internet entrando cada vez mais nas casas de nossas famílias bruxas, além de patentes de poções sendo também cada vez mais cedidas à empresas farmacêuticas trouxas não cabe um Dejà vu da Santa Inquisição, ainda mais entre duas nações que sequer seguem  doutrina Romana, alô Anglicanismo! Alô, Merlianismo!

Sendo assim, Fiquem de olhos abertos, Bisbilhoscopianos, porque eu, o Bisbilhoscópio, estou!