Por: Elle Shuisky Ferrer
Olá caros leitores, mais um ano está se iniciando na milenar e “mais-que-tradicional” Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e, diferentemente dos demais períodos letivos, esse causará grande impacto na sociedade bruxa. Por quê? Acompanhe-me a partir de hoje e saberá. Você, mãe, nunca se perguntou o que sua frágil e indefesa garotinha faz perambulando por um imenso castelo repleto de meninos cujos hormônios estão em avançado estado de ebulição? E você, pai, nunca se sentiu impotente por não saber como seu filho, aquele cuja virilidade/masculinidade você nunca ousou questionar, está se saindo nos campos de Quadribol?
Suas dúvidas serão deixadas de lado agora que me prontifiquei a relatar os principais fatos do cotidiano educacional da Instituição em que curso o 4º ano, partindo da perspectiva Grifina e tendo como premissa maior a honestidade herdada do benevolente Godric. Sendo assim, começarei o primeiro de muitos artigos comentando sobre a frágil segurança de Hogwarts, que é um dos mais discutidos assuntos dentre os alunos, mas não tão importante para a direção, ao que aparenta, haja vista os últimos acontecimentos até então abafados, mas que a partir de hoje serão escancarados.
Você que é pai, o que acha de uma Instituição que tem uma taxa de mortalidade mais elevada que a dos campos de concentração nazista? O que te faz pensar que sua cria estará isenta de um trágico e perturbador fim? Onde vão parar os incontáveis galeões advindos de famílias que crêem estar investindo numa política de desenvolvimento atrelado, é claro, à segurança? Chegou a hora de darmos um basta nesse monstruoso e cruel índice de mortes, desaparecimentos e tragédias. Chegou a hora de penetrarmos fundo nesse negro e cabeludo buraco, cuja fachada é uma Escola que segrega e descarta tão rápido como o lampejo de uma maldição imperdoável.
Nossa Instituição precisa de presença ativa dos pais e daqueles que se importam com o futuro da comunidade mágica, para que uma Direção inapta não seja responsável pela má formação dos homens e mulheres que comporão a nossa sociedade, sociedade pela qual batalhamos diariamente para não ser extinta e esquecida. Precisamos nos livrar das garras de um Corpo Docente ditatorial e que deixa a vida de seus pupilos escorrerem através de suas monstruosas garras. Precisamos de uma limpeza no quadro de funcionários de Hogwarts, que não é mais a mesma de séculos atrás, época em que o ensino era de ponta e que a segurança podia ser comparada a do impenetrável Banco de Gringotts.
Uma pesquisa realizada em 2010 aponta que 65% dos alunos que pediram transferência para outras instituições de ensino o fizeram por conta da frágil segurança da escola, até então gerida por Alvoros Grunnion, índice alarmante se comparado ao ano anterior, em que o mesmo apontava 23%. O estudo demonstra, também, que Hogwarts, antes escola-referência, fica atrás da L’academie Beauxbatons e do Instituto Durmstrang de Ensinamentos em Magia no quesito “preferência dos pais”. Hoje nossa escola não passa de chacota no cenário internacional.
Pois é, caros leitores, também sinto a mesma vergonha que vocês devem estar sentindo nesse momento. A pergunta que sobre paira nesse instante é “Fiz a escolha certa ao matricular meu filho nessa escola?” ou “Que futuro terei ao me formar nessa instituição?”. Não se desesperem, ou melhor, façam um grande esforço para não se desesperar! Ainda temos heróis dentre nós. Ainda temos bruxos de bem e que se importam com a segurança de seu filho. Sou uma desses bruxos, e estarei aqui para reportar-lhes tudo o que acontece em Hogwarts, tudo de bom e ruim.