Por: Forever Crimson River
Foi um dia fatídico para Hogwarts. Um dia assustador... Melhor dizendo: uma noite assustadora. Sendo uma estudante desta escola, eu pude ver tudo o que aconteceu com meus próprios olhos. Esta matéria não se trata somente de algo informativo, mas sim de um testemunho. Foi numa madrugada de quinta-feira. Eu não saberia dizer que horário as coisas começaram, eu estava dormindo. Alguns colegas de comunal ainda estavam acordados, não conseguindo dormir, grande maioria por causa da ansiedade do recesso escolar. Contaram-me eles que os atos começaram mais ou menos às quatro horas da manhã. Um barulho me acordou, um estrondo muito alto que me fez imaginar se o teto sobre minha cabeça não estava caindo a primeiro momento. Eu me levantei da cama e olhei para tal. Não parecia estar caindo. Mas um novo estrondo me fez encolher ali mesmo por puro reflexo. Comecei a me perguntar o que raios estava acontecendo. Minha veia jornalística me faz ser uma pessoa bastante curiosa, então de pijama e tudo eu desci as escadas que levavam dos dormitórios para a comunal da Grifinória. Eu não era a única curiosa e amedrontada, muitos grifinos desceram de seus dormitórios para descobrir o que estava acontecendo. Aglomerações começaram a se formar em volta das janelas, delas eu consegui ver que estava saindo uma luz do lado de fora. Comecei a andar entre os alunos, mesmo que eu tivesse que empurrar alguns colegas para conseguir chegar até as janelas. Os estrondos não paravam de serem ouvidos. Tanto eu quanto eles tinhamos que saber o que estava acontecendo. Após alguns minutos eu consegui me debruçar na janela cheia de colegas... E pude ver o espetáculo assustador.
Chamas cobriam os céus fazendo quase o formato de uma cúpula. Era como se o céu não fosse mais negro, mas sim feito de fogo. Eu conseguia ver claramente a redoma, ela quem estava protegendo o castelo das labaredas. Inicialmente, eu pensei que o problema era apenas fogo, mas então eu vi um projétil bater na redoma e explodir, formando mais chamas que lambiam a barreira. O estrondo que essa explosão fez era similar aos estrondos que me acordaram. Não eram apenas chamas o problema, na verdade, as chamas não passavam de uma consequência, o real problema eram as bombas que estavam sendo lançadas por toda a extensão do castelo. Eu levei uma das minhas mãos até a boca, não estava acreditando na visão que estava tendo. Olhei para trás por um momento e vi a real dimensão de tudo através dos olhos dos que estavam na comunal, olhos tão assustados quanto os meus, alunos que até soltavam lágrimas, mesmo que pertencessem a "casa da coragem", a famosa casa dos leões de Hogwarts.
Então, tudo ficou silencioso, as chamas pareceram diminuir. Será que tinha terminado? Foi o que eu me perguntei, mas eu estava enganada em ter esperanças e sim, os estrondos retornaram para uma segunda leva de bombas sendo jogadas. Dessa vez eu pude ver com mais clareza como elas funcionavam, era tão assustador quanto as ver explodindo. Primeiro caia o que eu podia dizer ser uma carga, essa carga se dividia em vários outros projéteis menores que desciam até encostar na barreira, onde explodiram e formavam novamente o "céu de chamas". Eu pude ver uma coisa diferente dessa vez, em meio às chamas uma fumaça negra subia na direção dos atacantes. Eu sabia de quem era aquela fumaça negra. Nyx Prince El Bianco, a diretora estava indo ao encontro dos inimigos sozinha. Não consegui pensar nada além de torcer para que ela ficasse bem. Apesar de saber as várias coisas ruins que ela fez, não lhe desejo a morte.
A noite continuou até que os barulhos parassem e tudo se acalmasse mais uma vez. O silêncio poderia ter voltado à noite, mas a tensão não deixavam as pessoas que retornaram para os seus dormitórios, inclusive eu. Foi difícil dormir, demorei longos minutos para finalmente pegar no sono, e olha que eu fui uma sortuda, pois tiveram aqueles que nem conseguiram pregar os olhos. No dia seguinte, durante o café da manhã, a vice-diretora Lucy Sinskye confirmou o que tinha acontecido. Tudo aquilo tinha sido um bombardeio dos trouxas, bombardeio este que até fez com que a viagem durante o recesso sofresse alterações. Este é o meu relato, o relato de uma aluna da Grifinória que presenciou esta noite de terror. Até o momento, essa história de que os trouxas sabiam a localização de Hogwarts parecia inacreditável, mesmo que Nyx tenha alertado e ministrasse as suas aulas sempre voltando-as para uma temática de se defender dos militares sem sangue mágico. Quando foi que as coisas chegaram a este ponto? A dúvida fica para os leitores deste aclamado jornal. Depois deste bombardeio, os murmúrios entre alunos já começaram por Hogwarts sobre não retornarem mais ao castelo assim que fossem visitar suas famílias durante o recesso. O que será que iria acontecer? Só o futuro poderá nos dizer. Abaixo, deixo depoimentos de alunos que presenciaram a mesma noite aterrorizante, porém do ponto de vista de outras comunais.
Jason Schrödinger, aluno do terceiro ano e monitor da Corvinal: "Tinha bastante gente chorando na torre. Nós nos reunimos na Comunal, a Professora Haraldsen estava lá pra ajudar a lidar com os alunos. Eu nunca tinha ouvido bombas tão altas (eles não imitam o som muito bem em filmes), eu acho que sei o porquê agora. O barulho era tão alto que as janelas da torre pareciam que iam quebrar, tava tudo vibrando um monte. E a nossa torre nem é a mais alta no castelo. E a redoma... Dava pra ver o fogo espalhando na redoma da barreira, era bem assustador. Eu sabia que a barreira ia aguentar, mas tinha tanta gente chorando que só... Não dava para não ficar preocupado que o pior ia acontecer."
Raven McBride, aluna do sexto ano pertencente a casa Sonserina: "Eu estava dormindo quando notei a movimentação no dormitório feminino. Sai do tanque de água que me acomoda nas Masmorras e fui para o Salão Comunal assim como a maioria dos alunos que despertava, fosse com o burburinho ou com o tremor que a água do Lago Negro fazia. Nos primeiros segundos eu só conseguia tentar espantar o sono, mas logo que minha ficha caiu eu quase entrei em pânico. O som das bombas explodindo dentro da água eram abafado e se transportava em ondas até as paredes de nossa comunal, acho que nunca senti tanto medo na minha vida. Podia captar as sensações de pavor das criaturas que vivem no Lago Negro, as quais sempre fui muito familiarizada e detenho um carinho imenso. Me senti impotente, violada, machucada... do mesmo jeito que me sinto quando o assunto é o meu lago. Foi a primeira vez que meus olhos viram a água estremecer em resposta ao mundo exterior e, embora o som das bombas explodindo não tenha sido ouvido por mim, eu senti absolutamente tudo."
Lily Haraldsen, aluna do terceiro ano pertencente a casa Lufa-Lufa: "Eu estava dormindo quando escutei os primeiros estrondos, a maioria dos lufanos também estavam depois de um dia cheio de aulas; ninguém esperava pelo o que veio a acontecer. Em um primeiro momento ficamos confusos, afinal, acordamos no meio da madrugada com sons nada típicos de se ouvir da nossa comunal. Através das pequenas janelas que ficam rente ao chão conseguimos perceber algumas luzes que iluminavam o lado externo de um jeito estranho e isso foi o que motivou a maioria dos alunos a se reunir na sala comunal, inclusive eu. Em meio aos barulhos e tremores não demorou para que todos ficassem cientes do que estava acontecendo e foi aí que o desespero se alastrou, atingindo cada um de uma forma diferente; dentre os mais novos houve muito choro e gritos, os mais velhos se prontificaram a acalmá-los. O intervalo entre os ataques foi muito importante nesse processo, ainda que desse a entender que aquilo estava longe de acabar. Para a localização da nossa comunal, as explosões que aconteciam no céu não representavam tanto perigo para nós, porém era horrível quando as bombas atingiam o solo fora da cúpula que nos protegia e causavam os tremores. Tínhamos muito apoio uns dos outros naquele momento, mas muitos de nós temos amigos e parentes nas torres, saber que estavam tão perto dos aviões era sufocante. Nunca me senti tão incapaz de algo na minha vida! Eu não consegui dormir depois de tudo, tive medo que outro ataque surpresa acontecesse e eu não estivesse perto das pessoas que amo. Se os trouxas queriam nos amedrontar, eles conseguiram e tenho certeza que não vão parar por aí."