Por: Trevor Salvatore Ziegler
AVISO: O conteúdo a seguir é produto do ponto de vista do personagem (On) que criou a matéria, tendo aspectos pessoais e a opinião do mesmo inserida no conteúdo geral. Não existe qualquer relação com o "Off" ou qualquer coisa do gênero. Trata-se do ponto de vista/Opinião de seu editor, que não é onipresente, onipotente ou onisciente, assim como qualquer pessoa e toma posições de acordo com aquilo que vê e sabe das situações. (Aviso Off)
Não só os bruxos bretãos, mas o de todo o mundo, vivem no recôndito da sociedade trouxa, onde a linha tênue que separa a realidade dos dois mundos é raramente transpassada justamente pela eminência de que os trouxas não reajam bem ao se depararem com tamanha atipicidade que é o mundo bruxo. E então o que fazer quando todo o segredo ameaça ser revelado?
Foi estampado para quem quisesse ver que tempos atrás uma névoa estranha cobriu parte da cidade. Compostos trouxas misturados com magia que causaram efeitos alucinógenos em quem a inalava, prejudicou a rede de flu bruxa, causou estrunchamento de diversos bruxos que tentavam aparatar ficaram dispersados no ar e não se sabe de onde vieram. Que causou tantos problemas, qualquer imbecil com meio neurônio ativo consegue perceber, mas e as questões que poucos são capazes de notar e que podem ser gatilho para uma hecatombe maior ainda? O local da catástrofe isolado foi em parceria com o Primeiro Ministro trouxa. Um trouxa que cerceou todo o local com suas forças, munidas de fuzis de guerra e um aparato que bruxos sequer tem conhecimento. Para quê? Perguntamos.
Eis que a intervenção militar trouxa não era a toa. O conhecimento dos bruxos agora é notícia de tabloides ingleses. “Aberrações mágicas”; “E duendes, existem?”; “Abracadabra, a ameaça mágica”; “Alienígenas: amigos ou inimigos”, foram algumas das manchetes que mais chamaram atenção. Desde já nota-se o clima hostil entre trouxas e bruxos, o que, aliás, era sempre de indubitável compreensão. Milícias privadas, trouxas se precavendo para sabe-se lá qual a ameaça que esperam do mundo bruxo e uma sensação de insegurança estatal nunca foi tão presente. Uma guerra civil poderia acontecer? Evidente que sim. Com os trouxas pegando em armas e com a Grã Bretanha podendo reviver os “dias de glória” de Salem, você nem precisa ser um bruxo elitista de sangue puro para ver suas doutrinas ameaçadas. Casos de homens que morreram “do nada”, como relatam os trouxas estão se espalhando cada vez mais. Ora, dessa vez nem podemos culpar comensais da morte que gostam de assassinar trouxas, mesmo que esteja claro que bruxos tem se usado da mais profana das maldições, Avada Kedavra para assassinar. Sensação de impunidade e caos. Os estopins estão sendo projetados, quanto tempo até tudo explodir em revolução bruxa contra trouxa?
Mas claro que nosso governo está tomando as devidas precauções, não é? Como, por exemplo, a Ministra da Magia tomar uma xícara de chá às cinco da tarde com o Primeiro Ministro Inglês para discutirem suas alianças. Cheiro de conspiração. Perfeito, aliar-se a quem aponta armas contra nós. Fragilizada politicamente, desde que Evelyn retornou de seu estado de coma, pouco se vê de sua atuação em cenários políticos mais ligados à segurança. Não é de se chocar tanto com assassinatos que andavam ocorrendo entre bruxos mesmo, onde promover quermesses parecia ser mais interessante para a imagem política. Pão e circo, amigos, pão e circo. E não é difícil constatar falhas na segurança e regimento interno do próprio Ministério Bruxo. Os históricos de pouco tempo atrás mostram inúmeros casos de seguidores das trevas infiltrados no órgão, demonstrando, no mínimo, reversão atávica à tempos de insegurança. E agora, o que falta? Trouxas? É.
Mãos de ferro já não governam, agora tudo é maleável, o que preocupa. Confessamos achar interessante a solução abordada pelo Ministério para tentar resolver o problema, contudo, é um tiro no escuro. Em tempos de censura, talvez o pobre redator que vos fala esteja indo além, mas não passa de medo por tudo aquilo que nós, bruxos, construímos poder desabar. E então surge a mágica solução: a vacina do esquecimento. Uma campanha lançada pelos dois governos (trouxa e bruxo) para que os trouxas sejam conduzidos a um local onde seriam obliviados por bruxos e esqueceriam da presença dos mesmo; todos, exceto os líderes trouxas britânicos que quisessem manter suas memórias. Sério isso? O grande escalão, com poder bélico para a guerra ainda saberia? Dane-se a diplomacia com os bruxos se eles nos julgarem ameaça e resolverem moverem exércitos.
De fato, apagar a memória da população é uma boa escapatória, isso se nenhum dos bruxos deixar alguns trouxas meio debilódes. Mas sim, talvez a ameaça da guerra seja suprimida com essa medida de curto prazo do governo, mas quem garante que todos os trouxas irão? E os jornais e todas as mídias? A sociedade está agora maculada e a situação ainda é uma bomba relógio que nem mesmo com a melhor das bolas de cristal seria possível prever o futuro. Esperamos que a campanha caótica de vacinação consiga impor pelo menos medo nos trouxas mais ordinários e estes esqueçam dos bruxos. Do que será daqui para frente, ninguém sabe.