Por: Arkin Herr Haraldsen
Afro circo, afro circo! ... -n |
Quase todas as civilizações antigas apresentavam algum tipo de atração circense em suas respectivas culturas. Um exemplo é a Roma Antiga, que tinha o Coliseu como o enorme circo. Circo, do latim circus, significa circunferência. Mas atualmente é definido como uma companhia de artistas - ou até mesmo aberrações - que viajam e se instalam em diferentes lugares disseminando suas artes - ou bizarrices. Quando o circo de Hogwarts chegou, pude rapidamente concluir uma coisa: circos não eram muito comuns na sociedade bruxa. Não era de se surpreender, uma vez que era difícil impressionar bruxos com as atrações usuais de um circo comum! Quero dizer, que bruxo vai se impressionar com um ilusionista? Ou com trapezistas? Jogadores de quadribol já fazem espetáculos demais sobre as vassouras nas alturas.
Ingênuo aquele que pensou que o Circo de Hogwarts seria como um circo comum. Nenhum circo jamais teve a estrutura gigantesca que fora montada nos terrenos do castelo. Um verdadeiro complexo de tendas, luzes e cores, com direito a um parque de diversões acoplado! Tá ai outra coisa que não era muito comum entre bruxos: parques de diversões. É uma forma de lazer tipicamente trouxa, mas os idealizadores do Circo de Hogwarts capricharam nas adaptações e tenho certeza que até mesmo os céticos conhecedores dos dois mundos, como eu, saíram impressionados deste evento.
Claro que a minha primeira parada no circo foi a praça de alimentação. Juro que só esperava encontrar muita comida ali, mas tudo em Hogwarts tinha que ser grandioso, não é mesmo? A tenda era enorme; grande o suficiente para caber um carrossel lá dentro. Só que, curiosamente, o lugar nunca estava totalmente cheio. Talvez isso se devesse ao fato de que o Chapéu Seletor estivesse sobre o carrossel, evidentemente mal humorado por estar ali! Penso que esta era uma estratégia para que toda a comida não fosse consumida de forma tão rápida! Já que o chapéu ficou resmungando e importunando os alunos que ali frequentavam.
Mas como a maioria, eu estava curioso mesmo para saber sobre o que acontecia sob as tendas dos espetáculos. Havia duas tendas: a do Circo Mágico e a do Circo de Horrores. Como eu estava na companhia de duas damas da Corvinal, Sophie Rowan Chandler e Penélope Rolstroy, acompanhei as duas moças até o Circo Mágico primeiro. E devo dizer que fui totalmente surpreendido! Não pelo espetáculo em si, mas sim pelo fato de que todos os espectadores ficaram estupefatos, extremamente intrigados com as atrações! Havia subestimado os meus colegas de Hogwarts. Como alguém que adora circos, eu também não posso negar que adorei o espetáculo e fiquei intrigado, mas com certeza não tanto quanto os meus amiguinhos de sangue puro. Eles acharam simplesmente sensacional os número das contorcionistas e das equilibristas! Sem contar que ficaram hipnotizados com os movimentos dos malabaristas.
Só fiquei com pena dos coulrofóbicos, que ficaram um pouco assustados com os números dos palhaços. Eu mesmo achei-os hilários! Fiquei me perguntando qual era a diferença entre o Circo de Horrores e o Circo Mágico para as pessoas com essa fobia. Ah, e não posso deixar de mencionar os dragões que embelezaram aquele circo! Dragões são criaturas relativamente comuns para nós do mundo bruxo. São criaturas imponentes e intimidadoras, e impressionam a todos, independentemente da ocasião! No Hogwarts Circus não poderia ter sido diferente: logo na introdução ao espetáculo, as labaredas de fogo foram originadas de dragões. Graças a Odin a tenda era feita de um material que repelia fogo! Senão uma grande tragédia poderia ter ocorrido lá dentro. Também ao fim do espetáculo, mais uma vez os dragões incrivelmente domesticados deram o ar da graça para fechar com chave de ouro. Se eu tinha pena dos coulrofóbicos, só posso dar os meus pêsames para os que tinham fobias de dragões! Aliás, que nome será que se dá a isso? Dracofobia? Dragofobia? Enfim, algum desses deve servir
Apesar de ter adorado o Circo Mágico, a grande atração do Hogwarts Circus foi com certeza o Circo de Horrores. Não sei o que acontece com nós, adolescentes, que nos sentimos mais atraídos por situações de perigo. Ainda mais para os meninos, que parecem querer ostentar virilidade, competindo com os colegas quem passava mais tempo dentro do tenda sombria. Como eu sou um garoto esperto, não me senti obrigado a mostrar a minha virilidade assim, uma vez que existem situações muito menos perigosas e prazerosas para tal. Fiquei dentro da tenda negra, envolta de penumbra, apenas o suficiente para sentir aquele medinho aterrorizante e a sensação da adrenalina correndo tão rápido pelo corpo e que fazia a bexiga contrair-se! - só para deixar bem claro, eu não urinei nas calças.
A tenda do Circo de Horrores era mais um choque psicótico do que um teste de coragem. Era incrível como o lugar tinha o poder de fazer com que os seus maiores medos fossem aflorados! Antes de adentrá-la, havia uma enorme placa avisando que tal atração não era recomendada para hipertensos, pessoas com problemas cardíacos, labirintite, pessoas com incontinência urinária e peristáltica, afefofobia, acarofobia, eisoptrofobia, catsaridafobia, linonofobia, maniafobia, nelofobia, unatractifobia, pirofobia, simbolofobia, aracnofobia... E pelo menos outras trinta fobias que eu não me recordo mais o nome. Eu bem que deveria ter considerado melhor o aviso, mas eu sou bastante cético e entrei mesmo assim, mesmo tendo total consciência da minha aracnofobia. O Circo dos Horrores fazia total jus ao seu nome e era de fato um horror! De longe a atração que mais me desagradou no Hogwarts Circus. Mas ao contrário de mim, muitos dos que frequentaram o circo eram masoquistas e gostavam de sofrer. Ouvi a
migos que não conseguiam evitar de ir até o Circo dos Horrores pelo menos duas vezes por dia! Talvez o primeiro impacto daquela tenda tivesse causado danos mentais permanentes em algumas pessoas...
Além dos espetáculos circenses, o grande complexo ainda tinha um parque de diversões. Bem no centro eu via o que parecia ser um sol: uma enorme bola luminosa, com milhares de lâmpadas mágicas que chegavam a atingir todo o terreno de Hogwarts com as suas luzes! Mas era só a gigantestca roda gigante do complexo do Hogwarts Circus. Era mesmo uma atração bem apropriada para levar a paquera para passear. Se depois de uma volta eterna naquilo ela não se interessou por você, pode partir pra outra, amigo! Uma pena que eu não tenha conseguido reservar algumas horas para uma volta na roda gigante, até porque eu queria curtir as outras atrações. Talvez por causa das noites parcialmente nubladas, eu não consegui avistar o quão alta a estrutura gigantesca era, só tinha a noção de que era absurdamente bem maior que a London Eye.
O parque de diversões ainda tinha uma barraca muito bem frequentada, que era uma adaptação do típico "tiro ao alvo", que no caso estava mais para "feitiços" ao alvo. Aposto que os professores de Feitiços e de Defesa Contra as Artes das Trevas acharam tal atração muito didática! Quem acertasse o centro do alvo mais vezes ganhava um prêmio, e era impressionante a quantidade de colegas meus que acertavam os alvos sob aquele incentivo - espero mesmo que os docentes tenham entendido a dica.
Ainda de longe podíamos avistar a enorme montanha-russa que ocupava quase todo o terreno. Ela fazia um tour de um minuto por todo o complexo do circo. Rápido demais? Azar o seu que não prestou atenção no caminho! Aliás, quem não consegue admirar a paisagem enquanto um carrinho percorre os trilhos com a velocidade maior que uma Firebolt? De ponta cabeça, fazendo um looping a paisagem poderia ser ainda mais alucinante! Tanto que causava náuseas. A montanha-russa era uma outra atração que eu achei que não surpreenderia muito os o bruxos, mas eu me enganei mais uma vez. Mesmo para quem voava de Firebolt atrás de um pomo-de-ouro, a velocidade era impressionante! Junto com as manobras então, era difícil sair do carrinho sem ir abraçar a primeira lata de lixo que aparecesse na frente.
É uma pena que o circo tivesse ficado tão pouco tempo por Hogwarts. Seria uma ótima alternativa para matar aulas. Ops, brincadeirinha! Ao meu ver, foi um verdadeiro sucesso que deveria ser repetido nos próximos recessos.